19 agosto 2006

A dureza do coração

Os casamentos nem sempre se desenvolvem numa linha ascendente. Infelizmente, às vezes, têm os seus momentos de falhas, omissões e circunstâncias que geram dificuldades, e tiram o brilho do lar. Chegam dias chuvosos e tenebrosos que não permitem ver o sol. A alegria do casamento diminui, e alguns insanos pensamentos passam pela mente de que, talvez, seria melhor se estivéssemos sozinhos. Mas, graças à Deus, estes pensamentos passam e retornamos à sensatez, quando Deus prova que o seu projeto é para o nosso bem e felicidade.

É triste quando alguns casais não conseguem ver a luz no fim do túnel. A competição nascida no orgulho produz amargura. O desprazer da companhia e do diálogo se torna evidente a cada discordância. O desentendimento é doloroso, especialmente quando as palavras cortam com profundidade e, a agonia do não-perdão impede a cicatrização.

Quero apenas trazer à memória o grande perigo da "dureza de coração" que é a real causa de toda "não-graça" no lar (Mc 10:5). Esta dureza significa muito mais do que a insensibilidade e teimosia do cônjuge. Ser duro de coração indica uma indisposição em obedecer à Deus, criador do casamento, quanto a amar o cônjuge como Ele requer e ordena. O fato do casal entrar em discórdia e encaminhar o relacionamento para uma separação é apenas resultado da predisposta desobediência instalada em seus corações.

Toda desobediência deve ser submetida ao arrependimento. Todo sentimento pecaminoso somente será anulado pela sua confissão e abandono. A Escritura diz "o que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Pv 28:13). O orgulho sempre é destrutivo. Amar é uma questão primária de obediência não de sentimentos!

12 agosto 2006

Isso é tudo o que há?

Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. (...) As coisas velhas Já passaram. (...) Agora faço novas todas as coisas! Apocalipse 21:4,5

Estava olhando umas velhas fotos de família. Uma delas era a lápide do túmulo de meus pais. Com os olhos sobre os nomes deles, perguntei-me: "Isso é tudo o que resta da vida? A vida não se resumiria numa viagem sem retorno ao cemitério? A vida faz algum sentido quando medida em termos de um certo número de anos vividos sobre a terra?" Mas, observando um pouco mais, vi a inscrição das palavras de Apocalipse 21:4: "'Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas." Que promessa sensacional: o melhor está para vir! Um túmulo não é tudo o que resta da vida. A morte não tem a última palavra. As lágrimas que derramamos não são derramadas em vão. Deus vê nossas lágrimas, mas algum dia Ele as limpará para sempre. O próprio Deus algum dia fará que nossos sofrimentos cheguem a um fim. Há promessas gloriosas que nos esperam. Quando cessar nossas lutas, empreendimentos, realizações, sofrimentos aqui na terra, poderemos ainda esperar pelo melhor. A perspectiva da vinda do Reino de Deus suaviza e ilumina nossa peregrinação. Aquele futuro, próximo ou distante, será nosso, se verdadeiramente formos o que professamos ser: o povo escolhido que tem o nome de Cristo.

Extraído do devocional CADA DIA [Segunda-Feira - 31/07/2006]

09 agosto 2006

Decisões em família

Ser chefe do lar não é uma tarefa fácil! Às vezes temos que tomar decisões que não são simples. Decisões que, sinceramente, apertam o coração. Pessoalmente, sempre temo que uma de minhas decisões prejudique a minha família. Decisões não são feitas olhando os movimentos do coração. Embora Deus pode dirigir os nossos sentimentos, e produzir medo, alegria, tristeza, ou segurança para conduzir-nos na Sua vontade, não devemos apoiar nas emoções como se elas fossem a regra final para sentenciarmos o que vamos, ou não fazer. As importantes decisões da vida não podem ser resolvidas tão superficialmente.


Quando buscamos andar dentro da vontade de Deus, não significa que estaremos livres do sofrimento e das dificuldades conseqüentes as nossas decisões, mas temos a fiel segurança da Sua divina providência conosco. Sempre que recorremos ao discernimento dado pelo Espírito Santo para que não nos desviemos da Sua santa vontade é o primeiro sinal de temor e sabedoria. Mas, Deus não nos dá o discernimento como se fosse uma nova revelação fresquinha descida lá do céu! Ele nos dá a sabedoria para que a usemos com responsabilidade diante daquilo que teremos que decidir.

Observe os seguintes princípios que teremos que analisar antes de decidir acerca de qualquer assunto:

1. Nenhuma decisão pode contrariar a santidade de Deus. Todo claro ensino das Escrituras deve ser a nossa única regra de fé e prática. Se qualquer decisão a ser tomada envolve a quebra de qualquer mandamento, preceito ou princípio de santidade, então, com toda certeza ela não é da vontade do Senhor, pois Ele não pode negar a si mesmo, e não pode aceitar ninguém na Sua presença, que não ande na Sua vontade.

2. Sempre olhe como Deus está movendo os acontecimentos ao seu redor. A porta que o nosso Senhor abre ninguém fecha, e a que Ele fecha, ninguém consegue abrir. Sabemos que "Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Rm 8:28, NVI). Este "agir de Deus" envolve a direção, o governo, a concorrência, o sustento e a preservação de todos os eventos, de modo que, tudo têm as digitais de Deus, e ao mesmo tempo cooperam entre si para indicar o divino propósito para a nossa vida. Deus cuida de todos os detalhes em tudo o que faz, desde os assombrosos eventos até o despercebido movimento dos átomos, Ele dirige, controla e determina com infinita sabedoria, poder e misericórdia conosco! Assim, quando buscamos saber o seu santo querer devemos atentamente olhar como as coisas estão se movendo, sem nunca esquecermos que o Senhor está em, com e através de todas as coisas.

3. Converse em família sobre o que todos os membros pensam da situação. A família é um corpo que vive, sofre, anseia, perde ou vence em conjunto, e conseqüentemente deve pensar, orar, planejar e buscar a direção de Deus juntos. Os planos de Deus não devem contrariar a solidificação do lar. Deus não trabalha contra a família, nem se agrada em vê-la destruída; por isso mesmo, é nesses momentos de expectativa que a família deve orar junta. O culto doméstico prova o seu valor quando o praticamos como sendo o momento em que lembramos que o nosso lar é um altar consagrado ao Senhor.

4. Analise como os dons e talentos poderão ser úteis no plano de Deus. Talvez, você queira realizar uma obra que está além das suas capacidades. É claro, sabemos que é Deus quem capacita, mas, Ele capacita dinamizando os dons que nos deu. O chamado [alguns preferem o termo vocação] de Deus somente é dado após os dons, porque, primeiro Deus prepara e depois dá a finalidade. O propósito de Deus para a nossa vida fica menos difícil de descobrir quando olhamos as nossas habilidades inatas e espirituais.

5. Busque conselheiros que temem, amam e andam com Deus. Primeiro ouça os seus pais; depois o seu pastor e os demais líderes que o Senhor colocou sobre a sua vida. Converse com irmãos que têm uma vida consagrada de oração e que se alimentam regularmente com a Palavra de Deus, eles são pessoas que estão em intimidade com o nosso amoroso Pai, muito provavelmente os seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos do Senhor, e poderão compartilhar conselhos prudentes que poderão ajudá-lo muito.

Aqueles que desejam meditar mais diligentemente neste assunto indico dois excelentes livros:
1. Sinclair Ferguson, Descobrindo a vontade de Deus (Editora PES);
2. B. Waltke & J. MacGregor, Conhecendo a vondade de Deus (Ed. Cultura Cristã).

Boa leitura!

Que o nosso soberano Deus lhe manifeste com clareza e convicção a Sua boa, agradável e santa vontade. Amém.

27 julho 2006

Os benefícios do dízimo e ofertas

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida (Ml 3.10, 11 e 12, ARA).

Quando somos fiéis na entrega dos nossos dízimos e ofertas acontecem muitos benefícios. O primeiro benefício envolve a nossa obediência ao mandamento de Deus. A Escritura diz que quando obedecemos à Ele, temos a providência divina manifesta em nosso lar de modo especial. Não creio na teologia da prosperidade, mas creio na prosperidade do reino de Deus que vem em conseqüência à obediência.

Não devemos olhar o dízimo apenas como o ato de entregar o dinheiro à casa do Senhor, mas como uma atitude de fidelidade, de amor e gratidão pelas bençãos da Sua providência. Deus é fiel. Ele continuamente cuida de nós em tudo. Apesar de ser um mandamento, ela deveria sair de cada um como algo voluntário, dado com prazer e satisfação, jamais como uma pesada obrigação. Pode-se dizer que a contribuição cristã só começa quando damos mais do que um décimo da nossa renda. O dízimo não deve ser um teto em que paramos de contribuir, mas um piso a partir do qual começamos.

Quando há fidelidade nos dízimos, jamais faltará na casa do Senhor meios para que a obra prossiga. Deus desperta a fidelidade dos seus servos para que Ele possa manifestar a Sua graça. Os dízimos e ofertas sustentam os seus servos que são chamados por Cristo para trabalhar tempo integral no reino de Deus. Vários projetos sociais e evangelísticos são realizados pelo movimento financeiro que ocorre na igreja. A cultura através de escolas e faculdades cristãs, literatura, programas sociais educacionais são desenvolvidos por causa dos recursos que começaram pela liberada do povo de Deus. A Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, foi iniciada como um projeto missionário do casal Chamberlain, e posteriormente a família Mackenzie dos EUA ofertou uma expressiva soma de dinheiro para a ampliação da escola. Servos de Deus que contribuiram para abençoar a vida de outras pessoas.

Dar um décimo da minha renda não é algo digno de vanglória. Ninguém pode argumentar, ou negociar com Deus usando o dízimo, porque dizimar é uma responsabilidade cristã. Deus requer o dízimo, merece as ofertas, defende as nossas economias e orienta-nos em nossas despesas.

Se Deus lhe desse dez vezes o que você Lhe dá, o seu lar conseguiria viver com isso?

Aqueles que desejarem aprofundar no assunto, indico o estudo do Pb Solano Portela sobre "dízimos" no site http://www.solanoportela.net/artigos/dizimos.htm

20 julho 2006

Coisinhas por consertar

Não sei se você em sua casa tem “coisinhas por consertar”. Talvez, seja uma lâmpada para trocar, uma janela para lubrificar, uma fechadura para ajustar, uma fiação elétrica para emendar, uma goteira no telhado para estancar, uma torneira que num pára de gotejar, e a lista segue. Tudo tem o seu prazo de validade, mesmo que não venha expresso e logo, logo precisarão ser substituídas! Nesta quinta-feira separei alguns minutos para por em ordem estas incômodas “coisinhas por consertar”, e enquanto ia consertando a tomada do meu escritório (há seis meses estragada!) pensava como poderíamos evitar alguns problemas simplesmente consertando coisas pequenas.

O problema é quando temos “coisinhas por consertar” nos nossos relacionamentos! Às vezes, palavras mau faladas, e ressonantemente mau aceitas passam despercebidas depois de algumas horas da discussão. Mas, os estragos não percebidos permanecem por longo tempo, pelo fato de considerarmos uma “coisinha sem valor”, então, fica por consertar.

Certamente percebemos pequenas deficiências dentro do nosso lar que precisam ser conversadas, mas adiamos para outra ocasião, por não considerarmos tão urgente. Tem um ditado inglês que diz por causa de um prego perdeu-se uma ferradura; por causa da ferradura perdeu-se o cavalo; por causa do cavalo perdeu-se o cavaleiro; por causa dum cavaleiro perdeu-se a batalha; por causa duma batalha perdeu-se a guerra.

São coisinhas por fazer que podem trazer grandes estragos em nossa vida. Na parábola dos talentos a Escritura Sagrada nos diz que “muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor” (Mt 25:21, NVI). Verdadeiros incêndios são iniciados por pequenas fagulhas com origem nos lugares menos esperados. Se formos cuidadosos em sermos fiéis nas pequenas coisas, conseqüentemente seremos muito felizes no resultado final.

Os cristãos e a raiva

Esta meditação ajudou-me muito a refletir acerca do modo como devo cuidar dos meus sentimentos. Desejo compartilhar com vocês esta reflexão do Rev. Arthur J. Schoonveld. Meu desejo é que o Senhor vos abençoe do mesmo modo, ou mais, do que me edificou. Boa leitura!

"Se você ficar com raiva, não deixe que isso o faça pecar e não fique com raiva o dia todo (Efésios 4:25-32). A Bíblia nos ensina que há dois tipos de ira: a justa e a pecaminosa. A ira é justa quando o cristão fica bravo e indignado com o pecado. Ele abomina o pecado. Muitas vezes, porém, a ira é pecado. Daí a recomendação de Paulo para que nossa ira não se torne pecado por guardá-la em nossos corações . Noutra versão bíblica a expressão é enfática: "Não deixem que o sol se ponha com vocês ainda irados." Mesmo os crentes sinceros vivem constantemente irados, às vezes, por coisas banais, como um pneu furado, um líquido derramado, um objeto desaparecido. Aí acende-se o estopim e estraga-se um passeio, uma refeição ou uma atividade social. Mesmo lutando contra a ira, muitos crentes se irritam facilmente. Vem a explosão, o descontrole, em geral perto de pessoas que não querem magoar, erguendo-se, assim, um muro que os divide e separa. A ira pecaminosa ergue também um muro entre nós e Deus. É uma ira destrutiva. Às vezes, essa raiva excessiva pode vir de problemas químicos ou fisiológicos. Daí, precisamos de ajuda médica. Mas mesmo assim, sempre devemos também contar com a ajuda do Espírito Santo, que frutifica em nós a mansidão, a bondade e o domínio próprio."

Pense:A ira envenena nosso espírito, adoece nosso corpo e causa muito mal às pessoas ao nosso redor.

Extraído da meditação do CADA DIA (LPC) do dia 18/07/2006

17 julho 2006

Confraria Calvinista

Por iniciativa de alguns jovens calvinistas, foi criado um novo blog que reúne calvinistas de várias denominações protestantes que têm em comum a teologia reformada. Trata-se do blog Confraria Calvinista - http://calvinistas.blogspot.com/ Além dos assuntos postados, os links indicados no índice são ótimos referenciais para o estudo da cosmovisão cristã reformada/calvinista. Diversos temas como religião, política, artes, economia, valores morais e outros apontamentos são abordados.

13 julho 2006

Encontro de gerações

A Rebeca teve o privilégio de conhecer a sua bisavó. Neste mês de Julho fomos à Governador Valadares e Tarumirim (MG) e conheci os parentes da minha esposa. Nesta foto temos a Rebeca, a Vanessa, a Nelita e a Taninha (da esquerda para a direita).

O encontro de gerações é um privilégio maravilhoso. O vínculo que nos une não é apenas o sangue, mas a Aliança de Deus. Herdamos não apenas as características genéticas, mas as promessas de Deus feitas aos pais acerca dos seus filhos. Mas, para que isso aconteça é necessário viver o compromisso da Aliança da graça. Deus exige a obediência dos pais, e impõe a responsabilidade de serem exemplo e de instruir os filhos a temer e amar o Senhor com a própria vida.

A Escritura diz "o SENHOR te abençoe desde Sião, para que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias de tua vida, vejas os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel!" (Sl 128:5-6).

02 julho 2006

O pecado no lar

O pecado sempre é algo desastroso, mas os destroços são mais perceptíveis quando ele afeta o nosso lar. É bom lembrarmos que o tempo gasto no pecado é desperdiçado para sempre. O remorso pelo erro nos escraviza com a vergonha do passado, mas o mandamento do arrependimento nos dá a esperança de olharmos para um novo começo. Mas, o tempo perdido não volta atrás.

O meu pecado coloca um fardo imenso sobre os membros da minha família. A impureza moral dentro de casa torna o lar um ambiente pesado e desprazeiroso. No devido tempo, o meu pecado produz tristeza em meu coração, porque o meu pecado sempre nos torna menor do que poderíamos ser. Como é angustiante ver a família desmoronando.

Todos ao meu derredor, incluindo a minha família, sofrem conseqüências por causa do pecado. O pecado entristece os santos de Deus. Ele é altamente ilusório e enganador, e faz com que acreditemos que ganhamos, quando na realidade, nos torna verdadeiros perdedores. Ele pode impedir que nos qualifiquemos para a nossa liderança espiritual, enquanto maridos e pais, porque os supostos benefícios do pecado nunca superam as conseqüências da desobediência. Mas, mesmo o arrependimento do pecado que é um processo tão doloroso, deve inevitavelmente ser buscado, porque o pecado é um prazer momentâneo em troca de perdas por toda a eternidade.

O meu pecado pode influenciar outros a pecar. Daí, algumas famílias que tem uma estrutura e cultura pecaminosa comunicada por várias gerações. Não podendo esquecer que este pecado pode impedir que outros conheçam a Cristo, especialmente os nossos filhos. Cremos que os pecados dos pais por menosprezarem a cruz, sobre a qual Cristo morreu com o objetivo específico de removê-los, lhes rouba a boa reputação e destrói o bom testemunho, e aqueles que são mais sinceros serão prejudicados por causa do seu escândalo. Não se iluda dentro da nossa família as nossas máscaras caem!

O pecado somente glorifica a Deus quando Ele o julga e o transforma numa coisa útil, nunca porque o pecado é digno em si mesmo. Apesar das nossas falhas e infidelidade com a Aliança com Deus, Ele em sua misericórdia, pode fazer com que "todas as coisas cooperem para o nosso bem", mas devemos esperar pela graça que nos sustenta e nos basta, e não pela misericórdia que somente se manifesta quando a nossa miséria nos causou imensurável dor. Prometemos a Deus que Ele seria o Senhor da nossa vida e do nosso lar.

Não seja hipócrita tentanto mostrar uma falsa perfeição para a sua família. Mas, demonstre como o pecado te entristece, e como você se arrepende com sinceridade, procurando ser, dentro do seu lar, um modelo de transformação que glorifica a Deus pelo seu amor incondicional.

19 junho 2006

Família: tempo gerúndio

O tempo é tema de infindáveis discussões filosóficas e teológicas. Mas, esta é uma crise de quem está preso nele. A minha preocupação não é com o seu aspecto metafísico, mas simplesmente prático, não que o entendê-lo seja menos importante do que vivê-lo, mas porque o meu propósito é refletir acerca do tempo que desperdiçamos com futilidades.

Desperdiçar o tempo revela algumas falhas que de outro modo não seriam percebidas. O desaproveitamento do tempo indica a falta de propósito e significado pessoal. A nossa vida não deve ser infrutífera e irrefletida. O estado de alma torna-se visível pela qualidade de tempo que se vive.

A Palavra de Deus nos adverte "lembre-se do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: não tenho neles prazer" (Eclesiastes 12:1). Embora o autor contextualmente enfatize a decadência que o processo do envelhecimento trás em nosso corpo, podemos inferir também que "não tenho neles mais prazer" envolve a perda de algo muito mais valioso do que o próprio vigor físico, ou seja, a perda de amados que o tempo tira. Isto inevitavelmente acontecerá quando chegar o "tempo de morrer" (Eclesiastes 3:2). Então, concluimos que a saudade nada mais é do que a lembrança de bons tempos que não voltam mais.

Quantos anos você tem? Quanto tempo você pensa ter ainda?

Use responsavelmente o seu tempo de forma produtiva com a sua família. Saiam juntos, recreiem, viajem, planejem, vivam no tempo gerúndio, sempre compartilhando experiências como dádivas de Deus, porque quando estivermos separados pela morte somente teremos a saudade.

Flores é um presente que só faz sentido dar para as pessoas que estão vivas, nos túmulos são apenas ornamentos.

02 junho 2006

O filho pródigo

A seqüência de parábolas narradas por Jesus, em Lc 15:3-32, talvez, sejam a melhor ilustração do perdão gracioso de Deus, que salva pecadores. As três parábolas são: a ovelha perdida (vs. 3-7); a dracma perdida (vs. 8-10); e, por fim, o filho pródigo (vs. 11-32). Embora as três narrativas tenham temas comuns, como "a perda", "o encontro", e "a alegria", elas também possuem ênfases diferentes. O famoso exegeta judeu-cristão Alfred Edersheim observa que "na parábola do filho perdido o interesse principal centraliza-se em sua restauração. Não trata da tendência natural, nem do trabalho e o pó da casa como causa atribuída à perda, mas a livre decisão pessoal de um indivíduo. O filho não se perde e se extravia; não cai e se perde da vista, mas marcha voluntariamente, e sob circunstâncias agravantes" (La Vida y los Tiempos de Jesus el Messias,vol.2, CLIE, p.203). Em nenhum momento Cristo apresenta o filho pródigo como vítima, ou como produto do meio, mas é descrito como alguém que impiedosamente age contra o seu pai, que sem afetos abandona o seu lar, e que segue para uma terra distante para ser esquecido e esquecer as suas origens.

Nesta parábola temos três personagens. Não é correto pensarmos no filho pródigo como sendo o personagem principal. O pai amoroso e o filho mais velho não são segundários, mas partes de proporcional importância nesta narrativa, abordando aspectos diferentes da mesma situação. Mas, nos referiremos a ela como tradicionalmente se tem feito: a parábola do filho pródigo. Afinal, o pecado e a manifestação prática da graça é que são os verdadeiros temas centrais nesta história. William Barclay sugere que "seria melhor chamá-la de 'parábola do pai amoroso', porque nos fala mais do amor de um pai do que do pecado de um filho" (Lucas - El Nuevo Testamento Comentado, Ed. La Aurora, p.200). O filho mais novo é um jovem que perdeu a oportunidade de ser o filho prodígio para se tornar o pródigo. Uma família judia comum, como qualquer outra nos tempos de Jesus, foi usada para ilustrar como Deus age para restaurar um relacionamento seriamente prejudicado pelo pecado.

O pecado é inerentemente sem sentido. Se tem um momento que a insensatez do pecado fica esclarecido, é quando tentamos entender o motivo de alguém que teria todos os benefícios possíveis simplesmente escolhendo praticar o amor, e insensivelmente prefere o desprezo, por causa, de algum pecado pessoal. O pecado faz filhos sairem de casa em inimizade. Casais que inicialmente fizeram juras de amor, e viveram sublimes momentos de romance se separam com ferinas palavras de amargura. Continuar desejando fartar-se de comida podre enquanto poderia comer uma refeição decente. Preferir trabalhar para um estranho, em troca de comida, deixando de construir a própria herança com o pai. Consumir todos os bens, vivendo o hoje, e esquecendo que a vida toda se dependerá de sustento. Simplesmente não faz sentido. Mas, além de insensato, o pecado também torna o indivíduo insensível. Neste caso, a maior evidência desta verdade é a insensibilidade com os próprios sentimentos, de modo, que o amor perde o seu brilho e alegria, tornando temporariamente ofuscado, sem valor e propósito.

O que cremos sobre casamento misto?

"Nesta proibição inclui-se também o matrimônio, visto que ele é um laço que pode envolver homens e mulheres num consenso de impiedade. ...