Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 5

Catecismo de Heidelberg – Pergunta 5 - Você consegue obedecer, perfeitamente, esta lei?
R. Não, não posso(1), porque por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo(2).
(1) Rm 3.10,20,23; 1Jo 1.8,10 (2) Gn 6.5; Gn 8.21; Jr 17.9; Rm 7.23; Rm 8.7; Ef 2.3; Tt 3.3.

Somos incapazes de obedecer perfeitamente a lei de Deus por causa do pecado original. A doutrina do pecado original indica duas situações para a origem do pecado: primeiro a origem histórica e, segundo, a fonte existencial do mal moral. Paulo declara que “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). Aqui o apóstolo declara a origem histórica e individual do pecado de todos os homens.

Vejamos primeiro o aspecto histórico do pecado original. Adão deixou aos seus descendentes o pecado como herança. Ele era o representante da raça humana no pacto que Deus firmou com ele no jardim do Éden. Ao desobedecer a lei de Deus, ele escolheu morrer, e trouxe sobre si a merecida condenação de Deus. Ele recebeu a maldição do pecado, e todos nós caímos com ele e, por isso, nascemos prostrados debaixo do fardo do pecado.

Entendamos o pecado original como experiência individual. Todas as pessoas são membros da raça humana que descende de Adão. A cada nascimento o pecado polui o indivíduo. Existir é um privilégio, mas atrelado a isto segue a herança do mal moral em cada um de nós. Recebemos a transmissão do pecado ao sermos concebidos no ventre da nossa mãe (Sl 51.5).

Não nascemos moralmente neutros, nem aprendemos a pecar só quando crescemos. Pelo contrário, o pecado é transmitido na concepção, e nos tornamos pecadores desde o primeiro momento de nossa existência. Conforme crescemos e amadurecemos, apenas refinamos os nossos pecados. Quando crianças pecamos de forma grosseira, mas conforme crescemos, aprendemos a dissimular, e nossos pecados tornam-se mais sofisticados. Aprendemos a esconder os reais motivos, cuidamos de limpar a sujeira pública do pecado e escondemos o quanto possível o dano do pecado, a fim de cobrirmos a nossa vergonha com folhas de figueiras e nos escondermos do juízo de Deus (Gn 3.7-8).

O pecado original em nosso coração é o nascedouro de todos os impulsos pecaminosos. Os nossos pensamentos, vontades e emoções fluem poluídos, porque a fonte de onde eles surgem está totalmente contaminada pelo mal moral. O Senhor Jesus disse que “as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem ‘impuro’. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.18-19). O meio em que convivemos incentivam o pecado, por isso, os maus exemplos, a má educação, o ambiente hostil e imoral, a cultura lasciva, etc, somente são terreno fértil para que o nosso pecado seja estimulado. Todavia, a Escritura Sagrada informa e nossa experiência confirma que o pecado flui do nosso coração. E, com o nosso pecado, recebe-se toda a maldição herdada do nosso primeiro pai, mas a sentença de morte, a cada um, é dada por causa de seus próprios pecados.

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