Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 4

Catecismo de Heidelberg – Pergunta 4. O que a lei de Deus exige de nós?
R. Isto Cristo nos ensina num resumo, em Mt 22.37-40: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Lv 19:18; Dt 6:5; Mc 12:30,31; Lc 10:27).

Toda lei moral se resume nos Dez Mandamentos. O catecismo indica o ensino de Cristo quando questionado por um fariseu sobre qual seria o maior mandamento da lei. O Senhor Jesus ainda concluiu que “destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22.40). O decálogo se divide em 2 partes: o amor à Deus [do 1º ao 4º mandamento] e o amor ao próximo [do 5º ao 10º mandamento]. Amar, segundo Deus ordena, é o que valida tudo o que fazemos. Sabemos que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17). Assim, toda a Escritura nos esclarece quais atitudes Deus requer para agradá-lo e, também, termos harmonia no convívio com outras pessoas.

Paulo declara a Timóteo que “sabemos que a lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada” (1Tm 1.8). Sim, a lei é boa mesmo quando acusa a minha desobediência. Paulo disse que “De fato a lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom”, e que, apesar de “não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa” (Rm 7.12, 15-16). O problema não está na lei, está em mim, porque a lei é perfeita e eu sou pecador. Deus exige ser amado, e ordena que amemos uns aos outros, todavia, o meu impulso pecaminoso aguça em mim rebeldia contra Deus e inimizade contra o próximo. Temos diante de nós o dever, mas a nossa inclinação pecaminosa nos faz falhar. Sinceramente eu desejo amar a Deus acima de tudo e todos, e ao próximo como a mim mesmo, mas infelizmente, não é isso que consigo cumprir.

O amor é cumprimento da lei. Paulo instrui que “não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a lei. Pois estes mandamentos: ‘não adulterarás’, ‘não matarás’, ‘não furtarás’, ‘não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: ‘ame o seu próximo como a si mesmo’. O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei” (Rm 13:8-10).

É impossível obedecermos perfeitamente a lei de Deus. Tiago declara que “quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente” (Tg 2.10). Ninguém consegue obedecer a lei nem mesmo em seu significado básico, muito menos em seu significado pleno. Transgredimos a lei de Deus pecando por intenção, omitindo o nosso dever, distorcendo o propósito de nossa vida e funções, poluindo e corrompendo nossos relacionamentos, pervertendo as virtudes e desobedecendo individual ou coletivamente a vontade de Deus. A conclusão que temos é de que “ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado” (Rm 3.20). A boa notícia [evangelho] é que Deus exige arrependimento, confiança em sua promessa de perdão e retomarmos o propósito de amá-lo e ao próximo como nós mesmos.

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