Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 8

Catecismo de Heidelberg – Pergunta 8. Mas nós somos tão corrompidos que não podemos fazer bem algum e que somos inclinados a todo mal?
R. Somos sim, se não nascermos de novo pelo Espírito de Deus (Gn 6.5; Gn 8.21; Jó 14.4; Jo 15.14,16,35; Is 53.6; Tt 3.3; Jo 3.3,5; 1Co 12.3; 2Co 3.5).

O humanismo secular tenta nos convencer que o ser humano é bom por natureza. Há entre os humanistas não-cristãos aqueles que defendem que a identidade humana é moralmente neutra, isto é, sem impureza, ou sem inclinação para o mal. Eles explicam a má conduta apenas em termos de uma educação deficiente, ou má influência social. Pois, segundo eles, a perversidade não é parte inerente da índole do indivíduo, mas um comportamento aprendido, ou condicionado. É verdade que a má educação, ou a ausência de boas referências morais, dão lugar para exemplos ruins, ou se tornam num incentivo para a perversão e a criminalidade. Todavia, não é somente causas externas, mas o que sai do coração somado ao estímulo social que fomenta toda a miséria. O indivíduo escolhe o que o seu coração ama. A mera educação não é capaz de redimir a humanidade de sua da falência moral.

Deus nos descreve em tons desesperadores. Está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam. Veneno de serpentes está em seus lábios. Suas bocas estão cheias de maldição e amargura. Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcam os seus caminhos, e não conhecem o caminho da paz. Aos seus olhos é inútil temer a Deus” (Rm 3:10-18, NVI). O impulso moral de nosso coração é, por natureza, inclinado ao pecado.

Somente somos capazes de fazer o bem se Deus nos estimular. Não há virtude natural no ser humano, porque “meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou” (Tg 1.16-18, NVI). Até mesmo a nossa justiça, dizem as Escrituras, é como trapo de imundícia (Is 64.6). Assim, somente se formos regenerados, convertidos e santificados pela influência do Espírito Santo, é que sentiremos prazer em nos submeter a Palavra de Deus, satisfação em obedecê-la e conformar a nossa vida sob autoridade divina. Por isso “meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Fp 2.12-13). Aceitamos como verdade o que o Senhor Jesus nos disse: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5).

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