A suficiência da graça de Cristo

“A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” (2Co 12.9)

É difícil suportar a dor quando não entendemos o seu motivo ou propósito. O sofrimento é uma experiência que precisa de explicação. Neste texto lemos que Paulo teve um espinho imposto em sua vida. Ele que entendia o contentamento, suportou diferentes tipos de sofrimento, como perseguições, rejeição, tortura física, perdas, humilhações, etc, se viu angustiado, e clamou três vezes para que Deus retirasse dele este espinho na carne. Neste texto bíblico aprendemos que:

Primeiro, a graça de Cristo é suficiente. Nada é maior do que o amor de Deus, e nada pode substituí-lo. Mesmo que realizássemos todos os desejos de nossa vida, ainda assim, não seríamos satisfeitos sem a benção de Deus. Salomão se entregou a tudo o que seu coração pediu, não colocou limites à sua cobiça e, apesar disso, a sua conclusão foi “tudo é vaidade e correr atrás do vento” (Ec 2.1-11). Quando não temos a graça de Deus nada satisfaz a alma. É por isso que o filho de Deus disse que Deus “pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim” (Ec 3.11). O vasto vazio que há na alma do ser humano só poderá ser preenchido com a graça de Cristo. Só ela é suficiente!

Segundo, “o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. A ideia não é que Deus está em aperfeiçoamento, pois ele é imutavelmente perfeito. Mas como podemos entender essa declaração? Aqui a perfeição indica suficiência. Por exemplo, quando o apóstolo declara acerca da perfeição da Escritura que torna o homem perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17), ele não está dizendo que o poder da Palavra de Deus nos capacita a não pecar mais, mas que este poder é suficiente para nos habilitar a cumprir a perfeita vontade de Deus. Então, “o poder se aperfeiçoa na fraqueza” significa que o poder de Cristo é suficiente para nos consolar em nossa fraqueza (Mt 11.28-30).

Terceiro, as nossas fraquezas nos colocam sob a dependência do poder de Deus. O Senhor mortifica o nosso orgulho usando o sofrimento. A dor é o método que Deus usa para nos convencer que “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Quanto mais nos satisfazemos em Deus, maiormente ele é glorificado! Ele é soberano para usar a dor para nos fazer depender nele, e descobrirmos que ele é o remédio das enfermidades que ele nos dá.

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