A participação de crianças no culto ao Senhor Deus

Há algum tempo sinto-me incomodado pelo assunto "culto infantil". Decidi estudar o assunto, pois, até então o considerei algo de menor importância dentre os vários assuntos secundários da teologia e prática pastoral. Mas, ao ler e meditar sobre a sua seriedade, percebi que estava profundamente errado. Agora o meu desejo é auxiliar os meus irmãos a entenderem a gravidade de excluirmos as nossas crianças do culto solene. Não quero fazer disso um motivo de desentendimentos. Eu mesmo, sempre evitei discutir, ou até mesmo conversar sobre o assunto. Por isso, oro, e disponho-me a conversar, instruir e ajudar a mudar fazendo as adaptações necessários para sermos cada vez mais uma igreja saudável e fiéis ao Senhor Deus.

Sei dos vários argumentos pragmáticos, pois, algumas vezes usei alguns deles para acalentar a minha consciência. Mas, recordo que o nosso compromisso é com a Escritura Sagrada - como nossa única de fé e prática - e, embora não escreverei aqui um artigo advogando contra a realização do "culto infantil", deixarei alguns links para que você possa lê-los, e pensar no assunto. A minha oração é que o Senhor Deus implante em seu coração a convicção do cuidado que devemos ter com os nossos filhos, e do privilégio de como herdeiros do pacto, possam participar do culto - um ato pactual - da família da aliança!


RECOMENDO A LEITURA:

1. A família: juntos na presença de Deus - escrito por Nöel e John Piper

2. Lugar de criança é no culto - escrito por Ivonete Silva Porto

3. Sua igreja tem culto infantil? - escrito por Tom Ascol

4. Por que, na minha opinião, o "culto infantil" é um equívoco - escrito por Ageu Magalhães


Talvez, a maior preocupação dos pais é "o que o meu filho ficará fazendo durante o culto, ou especificamente no decorrer do sermão?" Pensando neste dilema, resolvi esboçar algumas ideias para ajudá-los na educação de seus filhos.

O que segue abaixo é uma sugestão de esboço do que o seu filho poderá anotar, ou desenhar, caso não seja alfabetizado. Obviamente os pais deverão se preparar antes, durante e continuar conversando sobre o sermão depois do culto, para auxiliar os seus pequeninos a adorar ao Senhor como convém!


~ AS MINHAS ANOTAÇÕES DO SERMÃO ~

CONSELHO AOS PAIS:
1. Sentem-se o mais perto do púlpito quanto possível para que as crianças vejam e ouçam bem o pregador.
2. Ao saírem de casa conversem sobre o sermão e crie a expectativa do que Deus falará com vocês.
3. A instrução simples é bem entendida pelas crianças. Por exemplo: “quando formos ler a Bíblia, abram no texto que foi pedido. Quando orarmos, fechem os olhos. Nos cânticos, cantem! E quando o pastor for pregar – prestem atenção!” Explique que assim, elas estarão participando do culto – adorando ao Senhor e ouvindo a Palavra de Deus.
4. Providenciem um “caderno especial para anotação dos sermões”. Os pais não devem recorrer a este caderno para receitas de bolos, recadinhos e lembretes de afazeres da semana. As crianças devem ser instruídas que este caderno será usado exclusivamente para anotar os sermões. Ele é especial! Leve-o sempre ao lado de sua Bíblia para o culto ao Senhor.
5. Não levem doces ou biscoitos. O culto não é momento conveniente para alimenta-los.
6. Durante a realização do culto não é hora de brinquedos. Além de atrapalhar, os seus filhos não aproveitarão nada do culto.


AS CRIANÇAS DEVERÃO RESPONDER ÀS PERGUNTAS:

1. Quem dirigiu a liturgia e quem foi o pregador?


2. Qual é o texto bíblico escolhido para o sermão?


3. Qual é a ideia mais importante do sermão?


4. Quantas vezes o pregador falou de Jesus no sermão?


5. Quais pessoas da Bíblia o pregador falou que você conhece? (Moisés, Davi, Salomão, Paulo, etc.)


6. Qual ensino você entendeu da pregação que você não sabia?


7. Qual pecado você descobriu que precisa confessar e deixar de praticar?


8. O que o sermão falou de importante que incentivou a amar mais o Senhor Jesus?


9. O que você aprendeu no sermão que o ajudará a obedecer mais os teus pais?


10. Se quiser você pode fazer um desenho de algo importante que você ouviu no sermão [pode usar o verso].

Comentários

Parabéns pelo seu texto. compartilho da sua ideia. Se você visse as anotações da minha filha de 10 anos do sermão desse último domingo veria o quanto você está correto em suas afirmações.
Ambientes barulhentos agridem

Na 22ª. segunda semana de gravidez, a cóclea, órgão que abriga todos os componentes da audição dentro da orelha interna, já está completamente formada. Isso quer dizer que o bebê ouve a mesma coisa que você.

Estudos já demonstraram que o líquido amniótico pode amplificar alguns tipos de som, como os muito graves. A voz da mãe também é amplificada em cerca de 5 decibéis.

Um estudo chegou a mostrar que mulheres que trabalhavam oito horas por dia num ambiente de muito barulho (em volumes que exigiam proteção auricular) corriam mais risco de ter bebês com problemas auditivos.

Além disso, é preciso considerar que um barulho muito forte faz com que o organismo da mãe produza hormônios ligados ao estresse, fazendo o coração acelerar, o que não é bom para a saúde cardíaca do bebê.

Os bebês, desde o útero materno, ouvem e reconhecem vozes. Sabe-se também que são capazes de sentir emoções da mãe, de se assustar e que após o nascimento terão memórias da vida intra uterina.

O psiquiatra canadense Thomas Verny explica no livro “Bebês do Amanhã: Arte e Ciência de Ser Pais”, que desde os primeiros meses de gestação, a criança é capaz de identificar certos acontecimentos.

“Com 4 meses e meio, se você acender uma luz forte na barriga de uma gestante, o bebê vai reagir. Se fizer um barulho alto, ele tenta colocar as mãos nas orelhas. Se colocar açúcar no liquido amniótico, ele vai dobrar a ingestão. Bebês gostam de açúcar! Quando se coloca algo amargo, o bebê para de tomar o líquido e faz cara feia. Eles sentem a diferença entre doce e amargo, reagem à luz, ao toque e ao barulho.”

Vídeo-game e todos os brinquedos sonoros devem ser avaliados pelo som que emitem. “O sistema auditivo é um órgão sensorial extremamente delicado e passível de lesões se for muito carregado, principalmente em bebês, que têm uma sensibilidade auditiva muito apurada. A célula ciliada do ouvido interno do bebê sofre com o ruído excessivo e esse abuso pode acabar levando à sua destruição”, alerta o otorrinolaringologista Jamal Azzam.

A indicação é sempre manter os pequenos longe de ambientes muito barulhentos, seja um local fechado ou na rua, onde o som do trânsito também causa incômodo. Se for inevitável fugir desses locais, o ideal é proteger os ouvidos da maneira certa. “Muitos pais usam algodão para tapar o canal auditivo, mas isso não garante a vedação necessária do som. Uma opção é usar fones de ouvido de boa qualidade que preservem a audição”, finaliza Azzam.

“Há uma região no cérebro chamada “tálamo”. Esta é a parte do cérebro na qual a música é percebida. No tálamo as emoções, sensações e sentimentos são percebidos antes destes estímulos serem submetidos às partes do cérebro responsáveis pela razão. A música, portanto, não depende do sistema nervoso central para ser assimilada imediatamente pelo cérebro. Ela passa pelo aparelho auditivo, pelo tálamo e depois vai ao lobo central.

A “batida” que substitui o ritmo provoca um estado de emoção que a mente não discerne. Desorganiza a química. As batidas graves da percussão afetam o líquido cerebrospinal.
O volume (amplificado) das músicas acima de 50 decibéis prejudica a audição e a saúde cerebral”.

“Cantem-lhe uma nova canção; toquem com habilidade ao aclamá-lo.” (Sl 33:3 – NVI)
Cara "Consultora em Educação"

As suas observações são utilíssimas para orientação e prevenção. Em nossa igreja local temos procurando atentar quanto a qualidade, volume e intensidade do som. Os presbiterianos por causa da sua solenidade, às vezes, são criticados por seu culto tranquilo e solene, por ser "calmo demais" e não ter a agitação e barulho comum em outras denominações evangélicas ou pentecostais.

Novamente, muito obrigado pela orientação.
Pr Ewerton

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