Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 12

Catecismo de Heidelberg – Pergunta 12. Então, conforme o justo julgamento de Deus, merecemos castigo, nesta vida e na futura. Como podemos escapar deste castigo e, de novo, ser aceitos por Deus em graça?
R. Deus quer que sua justiça seja cumprida. Por isso, nós mesmos devemos satisfazer essa justiça, ou um outro por nós. (Gn 2.17; Êx 20.5; Êx 23.7; Ez 18.4; Hb 10.30; Mt 5.26; Rm 8.3-4).

O juízo de Deus é justo. A Escritura Sagrada sentencia que “todos pecaram” (Rm 3.23), e que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Ninguém é forçado à pecar, ou tem a necessidade de pecar; pelo contrário, todos pecam conscientes e intencionalmente. Ninguém pode se vitimizar diante de Deus alegando que são constrangidos a pecar, porque não tiveram outra opção. Desde o primeiro homicídio somos informados que “se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7). Por causa do nosso pecado, somos merecedores de condenação; por isso, Deus é justo juiz!

Como podemos escapar da sua condenação? O puritano Jonathan Edwards pregou um sermão sob o título “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. A história nos relata que os ouvintes foram tomados por um grande temor vindo do Espírito Santo. O Espírito de Deus os moveu para o arrependimento, convencendo-os de seus pecados, e o quanto a sua desobediência é ofensiva à Deus. A tristeza invadiu as suas almas porque pecaram contra o santo Deus. Bem como um desespero se apossou de suas mentes por estarem convictos de que mereceriam os tormentos do inferno! Entretanto, o evangelho fala da imerecida graça que revela o perdão e nos ordena o arrependimento; e que confiemos na promessa de que não seremos rejeitados, mas aceitos por causa das virtudes de Cristo Jesus. Deus usou aquele sermão para salvar, restaurar e santificar muitos de seus filhos naquele culto. A verdade liberta da ira vindoura, da condenação e de uma consciência atormentada pela culpa e medo.

Deus exige que a sua justiça seja cumprida. É nosso dever satisfazer todas as exigências da lei de Deus. Essa é uma tarefa impossível de realizarmos. Por isso, Deus aceitou a obediência de um substituto, o seu Filho, que cumpriu tudo o que a lei exigia. O Pai entregou o seu Filho para a morte, transferiu para ele os nossos pecados e derramou sobre ele a sua santa ira. Deus decidiu odiar o seu Filho por causa dos nossos pecados, para que nos amasse, por causa da justiça do Filho. Paulo nos declara que “agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte. Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1-4). A graça que nos alcança é gratuita, mas Cristo produziu virtude pela sua perfeita obediência! O Filho de Deus pagou o alto preço pela infinita ofensa dos nossos pecados. Ele pode nos dar o perdão, reconciliando-nos com o Pai, declarando-nos justificados, adotando-nos como filhos de Deus e tornando-nos alvo de seu eterno amor. A justiça foi cumprida, em Cristo, conforme Deus exige.

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