Por que somos presbiterianos? - 7

Todo ser humano em seu estado natural é escravo do pecado. O teólogo puritano Stephen Charnock observou que “todo pecado é uma espécie de amaldiçoar a Deus no coração. O homem tenta destruir e banir Deus do coração, não realmente, mas virtualmente; não na intenção consciente de cada iniqüidade, mas na natureza de cada pecado.”[1] A dureza de coração lhe é normal, por que ele está rígido como uma pedra (Ez 36:26-27).
O livre arbítrio perdeu-se com a Queda. A capacidade de agir contrário à própria natureza foi perdida com a escravidão do pecado. No início, Adão sendo santo foi capaz de escolher contrário à sua inclinação natural de perfeita santidade e, decidiu pecar. Tornando-se escravo do pecado, o primeiro homem livremente passou a agir de acordo com a escravidão dos desejos mais fortes da sua alma corrompida pela iniqüidade, e por si mesmo é incapaz de não pecar. Ele é livre, mas a sua liberdade é usada tendenciosamente para pecar de conformidade com os impulsos de sua inclinação para o pecado. Se ele for deixado para si mesmo, ele sempre agirá de acordo com a sua disposição interna, ou seja, naturalmente sempre escolherá pecar (Rm 1: 24-32; 3:9-18; 7:7-25; Gl 5:16-21; Ef 2:1-10).
A causa da nossa salvação é devido a ação da livre e soberana graça do nosso Deus. A Confissão de Fé de Westminster declara que "todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça."[2]
Notas:
[1] Stephen Charnock, The Existence and the Attributes of God (Grand Rapids, Baker Books, 2000), vol. 1, pág. 93
[2] Confissão de Fé de Westminster, X.1
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