Catecismo de Heidelberg – Pergunta 18. Mas quem é esse Mediador que, ao mesmo tempo, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem e homem justo?
R. O nosso Senhor Jesus Cristo, que nos foi dado para completa salvação e justiça (Jr 23.6; Mt 3.1; Rm 8.3; Gl 4.4; 1Jo 5.20; Lc 1.42; Lc 2.6-7; Rm 1.3; Fp 2.7; Hb 2.14,17; Hb 4.15; Is 53.9,11; Jr 23.5; Lc 1.35; Jo 8.46; Hb 4.15; Hb 7.26; 1Pe 1.19; 1Pe 2.22; 1Pe 3.18; Mt 1.23; Lc 2.11; Jo 1.1,14; Jo 14.6; Rm 9.5; 1Tm 2.5; 1Tm 3.16; Hb 2.9; 1Co 1.30; 2Co 5.21).
Jesus é verdadeiro Deus. A sua divindade é manifesta em seus atributos de eternidade (Jo 1.1; 8.58 e 17.5), onisciência (Jo 16.30; 21.17), onipotência (Jo 5.19) e imutabilidade (Hb 1.12; 13.8); em sua soberania divina participou da criação (Jo 1.3; Cl 1.16), e da providência (Cl 1.17); ele exerceu autoridade divina para perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.47), ressuscitar mortos (Jo 5.25; 11.25) e julgar (Jo 5.22); ele mereceu adoração (Mt 14.33; 28.9; Jo 20.28-29); ele é a expressão exata do Ser de Deus (Hb 1.3; Cl 1.15); e, por isso, reivindicou ser Deus (Jo 8.58; 10.30; 17.5).
Jesus é verdadeiro homem. Ele teve um nascimento humano (Mt 1.18-2.11; Lc 1.30-38); cresceu e se fortaleceu (Lc 2.50-52); exerceu capacidades próprias de um homem (Mt 26.38; Mc 2.8); sofreu limitações, como fome (Mt 4.2; 21.18), sede (Jo 19.28), cansaço (Jo 4.6) e foi tentado (Mt 4; Hb 2.18); e diversas vezes foi chamado de homem (Jo 1.30; 4.9; 10.38). Ele revelou um caráter perfeitamente justo (Lc 1.35), não cometeu pecado (1Pe 2.22), sempre agradando ao Pai (Jo 8.29); a sua humildade foi insuperável (Fp 2.5-8), conhecido por sua verdadeira mansidão (Mc 11.29); foi um trabalhador incansável (Jo 5.17; 9.4), e demonstrou aos seus discípulos, na prática, como orar (Mt 14.23; Lc 6.12).
Jesus é o tema de toda a Bíblia: Ele é a semente da mulher (Gn 3.15); o cordeiro pascoal (Êx 12.5-6); o sacrifício expiatório (Lv 1.3-6); a rocha ferida (Nm 20.11); o grande profeta de Deus. (Dt 18.15); o príncipe do exército do SENHOR (Js 5.14-15); o nosso libertador (Jz 2.16); o nosso resgatador (Rt 2.1; 3.2); a nossa vitória (1Sm 17.47); o descendente de Davi (2Sm 7.11-13); o doador da sabedoria (1Rs 3.12; 4.29); o reis dos reis (2Rs 11.9, 21); o rei de Deus (1Cr 29.23, 32); o que faz aliança (2Cr 7.14); o nosso auxílio, Senhor dos céus e da terra (Ed 1.2); o nosso ajudador (Ne 1.11); o conselheiro sofredor (Et 3.5-6); o nosso redentor vivo (Jó 19.25); o guarda de Israel (Sl 121.4); a sabedoria de Deus (Pv 8.12, 22, 35); o verdadeiro sentido da existência (Ec 12.1); o amado (Ct 2.16); o servo sofredor (Is 53.2-4); a nossa justiça (Jr 33.16); o varão de Deus (Lm 1.2; 3.1); o pregador rejeitado (Ez 1.1-3.27); o rei eterno (Dn 2.24; 7.14); o que cura as feridas (Os 14.4); o que habita em Sião (Jl 3.17); o teu Deus, oh Israel (Am 4.12); o Senhor no seu reino (Ob 1.21); o profeta ressuscitado (Jn 1.17; 2.6); o nascido em Belém (Mq 5.2); o que leva as boas novas (Na 1.15); o Senhor no seu santo templo (Hc 2.20); o Senhor que está no meio de ti (Sf 3.17); o desejado de todas as nações (Ag 2.7); o preço do cordeiro (Zc 11.12); o sol da justiça (Ml 4.2); o rei Messias (Mt 2.2); o servo de Deus (Mc 1.11); o Filho do homem (Lc 19.10); o Filho de Deus (Jo 19.7); o doador do Espírito Santo (At 1.8); aquele que nos torna justo aos olhos da lei (Rm 8.1-4); as primícias dos que dormem (1Co 15.20); a graça de Deus (2Co 12.9); o verdadeiro evangelho (Gl 1.11-12); toda armadura de Deus (Ef 6.10-11); o que supre as necessidades (Fp 4.13); o cabeça da Igreja (Cl 1.18; 2.19); o vingador de todas as coisas (1Ts 4.6); o fiel protetor (2Ts 3.3); o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5); o Senhor e Justo Juiz (2Tm 4.8); a graça salvadora de todos os homens (Tt 2.11); o Senhor que intercede por nós (Fm 1.10); o autor e consumador da fé (Hb 12.2); o dom perfeito vindo de Deus (Tg 1.17); a pedra principal (1Pe 2.7); o Senhor que nos concede a entrada no seu reino (2Pe 1.11); aquele que se manifestou para desfazer as obras do diabo (1Jo 3.8); a fonte da verdadeira doutrina (2Jo 9); o nome que garante a vitória (3Jo 7); o único Soberano e Senhor (Jd 4); o Rei dos reis, e Senhor dos senhores (Ap 19.16).
Ele disse de si mesmo: “eu sou o pão da vida” (Jo 6.35); “eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12); “eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10.7); “eu sou o bom pastor” (Jo 10.11); “eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25); “eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6); “eu sou a videira” (Jo 15.1); “eu sou o primeiro e o último” (Ap 1.17). Ele é o nome que está acima de todo nome (Ef 1.21; Fp 2.9). Jesus Cristo é o “EU SOU” (Jo 8.56-58, veja Êx 3.13-15).
31 dezembro 2019
27 dezembro 2019
Como foi o seu ano de 2019?
Hoje é o último Domingo de 2019. Nesta semana encerramos o ciclo de mais um ano da nossa vida. Talvez, devido à correria e muitas preocupações não avaliamos a importância do que ocorreu entre nós neste ano. Mas o salmista nos instrui a pedir que Deus nos ensine “a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Sl 90.12). A sabedoria não vem pela mera soma dos anos, mas por meio do contentamento da providência de Deus. Jacó deu um mau testemunho, quando Faraó lhe perguntou: “Quantos anos o senhor tem?” E, infelizmente respondeu: “São cento e trinta os anos da minha peregrinação. Foram poucos e difíceis e não chegam aos anos da peregrinação dos meus antepassados” (Gn 47.7-9). Não foi a melhor resposta para um homem experimentado, que conhecia ao Deus da aliança. Há amargura em suas palavras e, por isso, lhe faltou sabedoria, e ele deixou de glorificar a Deus em sua resposta. Lembre-se “a murmuração é um cântico de louvor ao demônio” [Thomas Watson].
Não podemos duvidar da bondade do Senhor quando as coisas dão errado. A nossa frustração, ou a aparente demora de acontecimentos bons, ou ausência de motivos de alegria, não significa que Deus nos ame menos. A insegurança não pode nos escravizar na incredulidade. É por isso que a Palavra de Deus nos ordena que “não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7). Há muito o que acontecer até que sejamos mais parecidos com o nosso Redentor. Deus está agindo mesmo quando não vemos.
Temos a compreensão de que Cristo Jesus, soberanamente, conduz todas as coisas cumprindo o seu perfeito propósito? Realmente cremos que os momentos de alegrias e tristezas, saúde e doença, vitórias e fracassos, foram instrumentos para que fôssemos moldados por suas poderosas mãos (Jr 18.1-6)? Cremos que, verdadeiramente, as pressões da vida são os dedos do Oleiro nos conformando à imagem de Cristo (Rm 8.28-29). Somos nutridos com a certeza de que “aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). Voltando à pergunta inicial: como foi o seu ano de 2019? Neste tempo você se tornou mais crente, fiel, servo, consagrado, grato, e mais dependente do SENHOR Deus? Ou, a sua resposta resultará em palavras de amargura?
Não podemos duvidar da bondade do Senhor quando as coisas dão errado. A nossa frustração, ou a aparente demora de acontecimentos bons, ou ausência de motivos de alegria, não significa que Deus nos ame menos. A insegurança não pode nos escravizar na incredulidade. É por isso que a Palavra de Deus nos ordena que “não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7). Há muito o que acontecer até que sejamos mais parecidos com o nosso Redentor. Deus está agindo mesmo quando não vemos.
Temos a compreensão de que Cristo Jesus, soberanamente, conduz todas as coisas cumprindo o seu perfeito propósito? Realmente cremos que os momentos de alegrias e tristezas, saúde e doença, vitórias e fracassos, foram instrumentos para que fôssemos moldados por suas poderosas mãos (Jr 18.1-6)? Cremos que, verdadeiramente, as pressões da vida são os dedos do Oleiro nos conformando à imagem de Cristo (Rm 8.28-29). Somos nutridos com a certeza de que “aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). Voltando à pergunta inicial: como foi o seu ano de 2019? Neste tempo você se tornou mais crente, fiel, servo, consagrado, grato, e mais dependente do SENHOR Deus? Ou, a sua resposta resultará em palavras de amargura?
28 novembro 2019
Quatro motivos de John Owen para a vida de oração do pastor
Escrito por Rev. Roycroft Andrew
John Owen entendeu as exigências e privilégios do ministério. Em um valioso sermão pregado num culto de ordenação na sexta-feira de 8 de Setembro de 1682, ele expôs em termos desafiadores e práticos o que realmente é a tarefa do pastor. Em sua mente, estava a necessidade urgente de ministros orarem. Nesta parte, examinaremos os motivos que ele nos fornece para orar e pensaremos no que um pastor deve orar num artigo posterior.
Os motivos da oração são:
1. A oração é a prova de que estamos cumprindo nossos deveres ministeriais plenamente
Owen está convencido de que a oração é inflexível, de que a oração é a medida de um homem verdadeiramente cumprindo o seu ministério. "Deixe-o pregar o quanto quiser, visitar o máximo que puder, conversar o quanto conseguir”, mas sem oração não há evidência de que ele esteja verdadeiramente cumprindo o seu ministério.
2. Este é o caminho pelo qual abençoamos nossas congregações
A habilidade do ministro de abençoar o seu povo não é autoritária (não é algo que ele administra), mas desejável e declarativa. A única maneira pela qual podemos ver a verdadeira bênção recair sobre o povo de Deus, é pedir-lhe que o conceda. Este é um ótimo motivo para orar.
3. Nenhum ministro no mundo pode manter o seu amor pela igreja se ele não ora por eles
O ministério pastoral significa que o pregador está em contato com as melhores e piores condutas e atitudes cristãs. Ele encontrará muitos motivos para o desencorajamento, à medida que pastoreia as almas dos que estão sob seus cuidados e "nada é capaz de manter o seu coração com amor inflamado em relação a eles, se não estiver orando por elas continuamente”.
4. Deus nos ensinará o que devemos pregar ao nosso povo através da oração
Orando pelos crentes, o pregador está constantemente trazendo à sua mente quais são as necessidades mais profundas da congregação, e isto, por sua vez, afeta o seu pensamento sobre o que ele pregará — “quanto mais oramos por nosso povo, melhor nos será instruído o que pregar a eles".
Para muitos de nós, no ministério, o tempo e a aplicação à oração é a batalha mais difícil de todas, e as palavras de Owen nos dão grande incentivo para buscar a face de Deus em favor daqueles a quem ministramos — é crucial para a alegria de nossos corações, a saúde de nossas almas, a eficácia da nossa pregação e o bem dos nossos ouvintes.
__________________
Extraído do site:https://banneroftruth.org/uk/resources/articles/2018/john-owens-four-motives-for-the-pastors-prayer-life/
Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki
John Owen entendeu as exigências e privilégios do ministério. Em um valioso sermão pregado num culto de ordenação na sexta-feira de 8 de Setembro de 1682, ele expôs em termos desafiadores e práticos o que realmente é a tarefa do pastor. Em sua mente, estava a necessidade urgente de ministros orarem. Nesta parte, examinaremos os motivos que ele nos fornece para orar e pensaremos no que um pastor deve orar num artigo posterior.
Os motivos da oração são:
1. A oração é a prova de que estamos cumprindo nossos deveres ministeriais plenamente
Owen está convencido de que a oração é inflexível, de que a oração é a medida de um homem verdadeiramente cumprindo o seu ministério. "Deixe-o pregar o quanto quiser, visitar o máximo que puder, conversar o quanto conseguir”, mas sem oração não há evidência de que ele esteja verdadeiramente cumprindo o seu ministério.
2. Este é o caminho pelo qual abençoamos nossas congregações
A habilidade do ministro de abençoar o seu povo não é autoritária (não é algo que ele administra), mas desejável e declarativa. A única maneira pela qual podemos ver a verdadeira bênção recair sobre o povo de Deus, é pedir-lhe que o conceda. Este é um ótimo motivo para orar.
3. Nenhum ministro no mundo pode manter o seu amor pela igreja se ele não ora por eles
O ministério pastoral significa que o pregador está em contato com as melhores e piores condutas e atitudes cristãs. Ele encontrará muitos motivos para o desencorajamento, à medida que pastoreia as almas dos que estão sob seus cuidados e "nada é capaz de manter o seu coração com amor inflamado em relação a eles, se não estiver orando por elas continuamente”.
4. Deus nos ensinará o que devemos pregar ao nosso povo através da oração
Orando pelos crentes, o pregador está constantemente trazendo à sua mente quais são as necessidades mais profundas da congregação, e isto, por sua vez, afeta o seu pensamento sobre o que ele pregará — “quanto mais oramos por nosso povo, melhor nos será instruído o que pregar a eles".
Para muitos de nós, no ministério, o tempo e a aplicação à oração é a batalha mais difícil de todas, e as palavras de Owen nos dão grande incentivo para buscar a face de Deus em favor daqueles a quem ministramos — é crucial para a alegria de nossos corações, a saúde de nossas almas, a eficácia da nossa pregação e o bem dos nossos ouvintes.
__________________
Extraído do site:https://banneroftruth.org/uk/resources/articles/2018/john-owens-four-motives-for-the-pastors-prayer-life/
Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki
01 novembro 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 17
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 17. Por que o Mediador deve ser, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus?
R. Porque, somente sendo verdadeiro Deus, Ele pode suportar, como homem, o peso da ira de Deus, e conquistar e restituir, para nós, a justiça e a vida. (Is 9.6; Rm 1.4; Hb 1.3; Is 53.4,11; Dt 4.24; Sl 130.3; Na 1.6; Is 53.5,11; Is 54.8; Jo 3.16; At 20.28; 1Pe 3.18).
Jesus Cristo é Mediador duma aliança que é eterna. Deus antes da fundação do mundo (Ef 1.3) preparou “toda sorte de bençãos” àqueles que ele escolheu em Cristo. Só Deus existia antes de criar qualquer coisa (Jo 1.1-2), ninguém além dele estava lá, e somente as três Pessoas da Trindade se relacionavam perfeitamente entre si. Deus o Pai, obrigou-se a dar ao Filho, mediante obediência perfeita, um número de eleitos que seria a sua recompensa (Ef 1.14; 1Pe 2.9-10). Ninguém além do Filho poderia satisfazer suficientemente todas as exigências infinitamente perfeitas do Pai. O Pai prometeu ao Filho, e a nenhum outro, um povo. Por isso, enquanto cumpria a sua obra redentora, Cristo pode reivindicar aqueles que o Pai lhe deu (Jo 17.2, 6, 7, 9, 24; 18.9). E por “estes” somente Cristo intercedeu, quando o nosso Senhor orou, dizendo: “eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós” (Jo 17.11).
O Mediador deveria suportar a ira de Deus, porque o pecado do seu povo cairia sobre ele. O profeta Isaías predisse que “ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.10-12). Ele amou àqueles que o Pai lhe deu, e somente por eles sofreu, suportou a ira, e morreu recebendo a punição do pecado. Ele recebeu a nossa punição, por isso, “já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Ele como Mediador recebeu uma promessa num pacto eterno, a fim de obter aqueles que o Pai lhe daria, e por estes o Filho obedeceria toda a Lei, produzindo justiça, para que a favor deles pudesse redimi-los da condenação. O Senhor Jesus morreu por aqueles que o Pai lhe deu, e somente por estes ele intercedeu, e todos estes serão a sua recompensa.
Somente o Filho poderia merecer a justiça para todos que o Pai lhe deu. Os atributos divinos do Filho potencializaram a obra redentora do Cristo. Se ele fosse apenas um homem perfeito, a sua obra teria valor finito, como finita é toda criatura. Entretanto, o Filho de Deus é Deus, e seus atributos incomunicáveis potencializaram a sua obra por todos aqueles por quem ele morreu. A segunda Pessoa da Trindade é eterno, infinito, perfeito, imutável e autossuficiente em todo o seu Ser. Assim, a sua obra foi suficiente para salvar todos os que o Pai escolheu nele antes da fundação do mundo. Os eleitos foram amados, e no Amado, receberam o amor do Pai de modo infinito, perfeito, imutável e suficiente. Somente Deus pode satisfazer a si mesmo.
Apenas Filho de Deus obtém para dar a vida. A morte espiritual é a separação da comunhão com Deus. Por isso Isaías disse que “as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2, veja também Ef 2.1-3). Somente Deus nos reconciliar consigo, concedendo-nos a vida. O Senhor Deus nos diz que “dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus” (Ez 36.26-28); e Paulo reconheceu que “estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos” (Ef 2.5). Somente pela morte e ressurreição do Filho de Deus podemos receber a sua vida eterna.
R. Porque, somente sendo verdadeiro Deus, Ele pode suportar, como homem, o peso da ira de Deus, e conquistar e restituir, para nós, a justiça e a vida. (Is 9.6; Rm 1.4; Hb 1.3; Is 53.4,11; Dt 4.24; Sl 130.3; Na 1.6; Is 53.5,11; Is 54.8; Jo 3.16; At 20.28; 1Pe 3.18).
Jesus Cristo é Mediador duma aliança que é eterna. Deus antes da fundação do mundo (Ef 1.3) preparou “toda sorte de bençãos” àqueles que ele escolheu em Cristo. Só Deus existia antes de criar qualquer coisa (Jo 1.1-2), ninguém além dele estava lá, e somente as três Pessoas da Trindade se relacionavam perfeitamente entre si. Deus o Pai, obrigou-se a dar ao Filho, mediante obediência perfeita, um número de eleitos que seria a sua recompensa (Ef 1.14; 1Pe 2.9-10). Ninguém além do Filho poderia satisfazer suficientemente todas as exigências infinitamente perfeitas do Pai. O Pai prometeu ao Filho, e a nenhum outro, um povo. Por isso, enquanto cumpria a sua obra redentora, Cristo pode reivindicar aqueles que o Pai lhe deu (Jo 17.2, 6, 7, 9, 24; 18.9). E por “estes” somente Cristo intercedeu, quando o nosso Senhor orou, dizendo: “eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós” (Jo 17.11).
O Mediador deveria suportar a ira de Deus, porque o pecado do seu povo cairia sobre ele. O profeta Isaías predisse que “ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.10-12). Ele amou àqueles que o Pai lhe deu, e somente por eles sofreu, suportou a ira, e morreu recebendo a punição do pecado. Ele recebeu a nossa punição, por isso, “já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Ele como Mediador recebeu uma promessa num pacto eterno, a fim de obter aqueles que o Pai lhe daria, e por estes o Filho obedeceria toda a Lei, produzindo justiça, para que a favor deles pudesse redimi-los da condenação. O Senhor Jesus morreu por aqueles que o Pai lhe deu, e somente por estes ele intercedeu, e todos estes serão a sua recompensa.
Somente o Filho poderia merecer a justiça para todos que o Pai lhe deu. Os atributos divinos do Filho potencializaram a obra redentora do Cristo. Se ele fosse apenas um homem perfeito, a sua obra teria valor finito, como finita é toda criatura. Entretanto, o Filho de Deus é Deus, e seus atributos incomunicáveis potencializaram a sua obra por todos aqueles por quem ele morreu. A segunda Pessoa da Trindade é eterno, infinito, perfeito, imutável e autossuficiente em todo o seu Ser. Assim, a sua obra foi suficiente para salvar todos os que o Pai escolheu nele antes da fundação do mundo. Os eleitos foram amados, e no Amado, receberam o amor do Pai de modo infinito, perfeito, imutável e suficiente. Somente Deus pode satisfazer a si mesmo.
Apenas Filho de Deus obtém para dar a vida. A morte espiritual é a separação da comunhão com Deus. Por isso Isaías disse que “as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2, veja também Ef 2.1-3). Somente Deus nos reconciliar consigo, concedendo-nos a vida. O Senhor Deus nos diz que “dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus” (Ez 36.26-28); e Paulo reconheceu que “estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos” (Ef 2.5). Somente pela morte e ressurreição do Filho de Deus podemos receber a sua vida eterna.
24 agosto 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 16
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 16. Por que o Mediador deve ser verdadeiro homem e homem justo?
R. Deve ser verdadeiro homem, porque a justiça de Deus exige que o homem pague o pecado do homem. Deve ser homem justo, porque alguém que tem seus próprios pecados, não pode pagar por outros. (Is 53.3-5; Jr 33.15; Ez 18.4,20; Rm 5.12-15; 1Co 15.21; Hb 2.14-16; Sl 49.7; Hb 7.26-27; 1Pe 3.18).
Cristo na encarnação assumiu a nossa completa natureza humana. O Filho de Deus ao encarnar possui um corpo e alma, e todas as suas qualidades. Ele não só se torna humano, mas verdadeiro e perfeitamente humano. Declarando a ortodoxia dessa doutrina o Credo de Calcedônia [451 d.C.] afirma que na encarnação há “Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, inseparáveis e indivisíveis; a distinção das naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência”. O Filho de Deus ao se encarnar não se tornou num ser híbrido, meio divindade e metade humanidade, nem houve uma mistura das duas naturezas. Ele tem inseparavelmente unidas as duas naturezas, sem que a divindade se torne humanizada, ou a humanidade seja divinizada. Jesus Cristo é, em sua a encarnação, verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano.
O Senhor Jesus experimentou uma vida perfeita como verdadeiro homem. Embora foi tentado e sofreu à nossa semelhança (Hb 4.15); entretanto, nunca pecou, nem se rebelou contra o Pai, mas submeteu ao propósito eterno, cumprindo toda vontade do Pai (Jo 4.34; 5.30 e 6.38). Ele não foi tentado como Deus, porque a divindade não pode ser tentada (Tg 1.13), mas em sua humanidade foi exposto aos ataques e artimanhas de Satanás (Lc 4.1-13). Ele nunca usou os seus poderes divinos a seu favor, apesar de ser verdadeiro Deus, mas fez-se reconhecido como servo, humilhando-se em tudo, desde a encarnação até o sepultamento (Fp 2.5-8). Ele nunca fez um milagre sequer para beneficiar-se, nem venceu as tentações com o poder divino, nem resistiu as tentações comunicando alguma qualidade divina para a sua humanidade. O Filho de Deus triunfou sobre os seus inimigos evidenciando que Ele é verdadeiro homem, a fim de que, nele, sejamos conformados à sua imagem.
Era necessário, pelo decreto eterno do Pai, que o Filho se tornasse membro da raça humana e, como um verdadeiro homem, cumprisse o pacto das obras que o primeiro Adão falhou obedecer (Rm 5.12-21). Por isso, Cristo como o segundo Adão satisfez todas as exigências da Lei de Deus, produzindo a justiça, bem como as virtudes e dons necessários para merecer a aceitação em favor daqueles que o Pai lhe deu (Rm 8). Ele cumpriu perfeitamente a lei, suportou todo o sofrimento que lhe estava proposto, venceu Satanás, e foi vitorioso sobre a morte. Ele provou ser justo em todas as coisas! O Senhor Jesus pagou pelo pecado dos seus eleitos, obedecendo, morrendo e ressuscitando em seu lugar, e desse modo, merecendo-lhes a vida eterna!
R. Deve ser verdadeiro homem, porque a justiça de Deus exige que o homem pague o pecado do homem. Deve ser homem justo, porque alguém que tem seus próprios pecados, não pode pagar por outros. (Is 53.3-5; Jr 33.15; Ez 18.4,20; Rm 5.12-15; 1Co 15.21; Hb 2.14-16; Sl 49.7; Hb 7.26-27; 1Pe 3.18).
Cristo na encarnação assumiu a nossa completa natureza humana. O Filho de Deus ao encarnar possui um corpo e alma, e todas as suas qualidades. Ele não só se torna humano, mas verdadeiro e perfeitamente humano. Declarando a ortodoxia dessa doutrina o Credo de Calcedônia [451 d.C.] afirma que na encarnação há “Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, inseparáveis e indivisíveis; a distinção das naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência”. O Filho de Deus ao se encarnar não se tornou num ser híbrido, meio divindade e metade humanidade, nem houve uma mistura das duas naturezas. Ele tem inseparavelmente unidas as duas naturezas, sem que a divindade se torne humanizada, ou a humanidade seja divinizada. Jesus Cristo é, em sua a encarnação, verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano.
O Senhor Jesus experimentou uma vida perfeita como verdadeiro homem. Embora foi tentado e sofreu à nossa semelhança (Hb 4.15); entretanto, nunca pecou, nem se rebelou contra o Pai, mas submeteu ao propósito eterno, cumprindo toda vontade do Pai (Jo 4.34; 5.30 e 6.38). Ele não foi tentado como Deus, porque a divindade não pode ser tentada (Tg 1.13), mas em sua humanidade foi exposto aos ataques e artimanhas de Satanás (Lc 4.1-13). Ele nunca usou os seus poderes divinos a seu favor, apesar de ser verdadeiro Deus, mas fez-se reconhecido como servo, humilhando-se em tudo, desde a encarnação até o sepultamento (Fp 2.5-8). Ele nunca fez um milagre sequer para beneficiar-se, nem venceu as tentações com o poder divino, nem resistiu as tentações comunicando alguma qualidade divina para a sua humanidade. O Filho de Deus triunfou sobre os seus inimigos evidenciando que Ele é verdadeiro homem, a fim de que, nele, sejamos conformados à sua imagem.
Era necessário, pelo decreto eterno do Pai, que o Filho se tornasse membro da raça humana e, como um verdadeiro homem, cumprisse o pacto das obras que o primeiro Adão falhou obedecer (Rm 5.12-21). Por isso, Cristo como o segundo Adão satisfez todas as exigências da Lei de Deus, produzindo a justiça, bem como as virtudes e dons necessários para merecer a aceitação em favor daqueles que o Pai lhe deu (Rm 8). Ele cumpriu perfeitamente a lei, suportou todo o sofrimento que lhe estava proposto, venceu Satanás, e foi vitorioso sobre a morte. Ele provou ser justo em todas as coisas! O Senhor Jesus pagou pelo pecado dos seus eleitos, obedecendo, morrendo e ressuscitando em seu lugar, e desse modo, merecendo-lhes a vida eterna!
15 agosto 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 15
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 15. Que tipo de Mediador e Salvador, então, devemos buscar?
R. O Mediador deve ser verdadeiro homem e homem justo, contudo, mais poderoso que todas as criaturas; portanto, alguém que é, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus (1Co 15.21; Hb 7.26; Is 7.14; Is 9.6; Jr 23.6; Lc 11.22; Rm 8.3-4).
O mundo experimenta a deterioração dos valores que Deus estabeleceu para preservá-lo. A falta de sentido e propósito também produz a desesperança. A sociedade busca a sua redenção na tecnologia, cultura, política, economia e no sexo, todavia, estes meios são ineficazes de transformá-la construtivamente. Reconhecemos que as várias formas de idolatria são fabricadas pela cultura pós-moderna. Mas, infelizmente, a sociedade inclina-se a não reconhecer a verdade como absoluta, ridicularizando a concepção e a ação de Deus no mundo.
O nascimento de Jesus Cristo teve o propósito de reconciliar pecadores escolhidos com o santo Deus. Sendo o Filho de Deus, uma Pessoa que subsiste em duas naturezas, divina e humana, é o completo e final mediador entre Deus e os homens. O sofrimento, obediência, morte e ressurreição de Cristo obtiveram a justiça necessária para merecer-nos a aceitação de Deus, bem como a suficiente satisfação da sua ira, realizando a anulação da condenação pelos nossos pecados. Somos perdoados pela justiça e amor de Cristo Jesus, o nosso mediador. Ele eficazmente intercederá por nós até a sua segunda vinda. A obra de Cristo é o fundamento para a renovação de toda a criação pela presença espiritual e transformadora do seu reino.
O objetivo histórico da obra de Cristo foi a inauguração do seu reino sobre a terra. Isto inclui a salvação de indivíduos, bem como uma nova ordem na sociedade. Todavia, cremos que somente com os valores do reino de Deus, num discipulado integral, em que os cristãos se envolvem produtivamente em todas as áreas da vida, e participam pelo processo de restauração, transformação e desenvolvimento, reconhecendo Cristo como o Senhor em todas as esferas da nossa existência.
Estamos chegando ao fim da história humana não em direção ao desespero e caos, mas à consumação do propósito eterno de Deus. Cristo Jesus julgará toda a humanidade de todas as épocas e culturas, a uns dará a salvação segundo a sua misericórdia, e a outros segundo a sua justiça concederá a merecida condenação dos seus pecados. Ele é verdadeiro Deus para prescrever, exigir, julgar e redimir; e também é verdadeiro homem, para interceder, representar e nos tornar aceitáveis diante do Pai.
R. O Mediador deve ser verdadeiro homem e homem justo, contudo, mais poderoso que todas as criaturas; portanto, alguém que é, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus (1Co 15.21; Hb 7.26; Is 7.14; Is 9.6; Jr 23.6; Lc 11.22; Rm 8.3-4).
O mundo experimenta a deterioração dos valores que Deus estabeleceu para preservá-lo. A falta de sentido e propósito também produz a desesperança. A sociedade busca a sua redenção na tecnologia, cultura, política, economia e no sexo, todavia, estes meios são ineficazes de transformá-la construtivamente. Reconhecemos que as várias formas de idolatria são fabricadas pela cultura pós-moderna. Mas, infelizmente, a sociedade inclina-se a não reconhecer a verdade como absoluta, ridicularizando a concepção e a ação de Deus no mundo.
O nascimento de Jesus Cristo teve o propósito de reconciliar pecadores escolhidos com o santo Deus. Sendo o Filho de Deus, uma Pessoa que subsiste em duas naturezas, divina e humana, é o completo e final mediador entre Deus e os homens. O sofrimento, obediência, morte e ressurreição de Cristo obtiveram a justiça necessária para merecer-nos a aceitação de Deus, bem como a suficiente satisfação da sua ira, realizando a anulação da condenação pelos nossos pecados. Somos perdoados pela justiça e amor de Cristo Jesus, o nosso mediador. Ele eficazmente intercederá por nós até a sua segunda vinda. A obra de Cristo é o fundamento para a renovação de toda a criação pela presença espiritual e transformadora do seu reino.
O objetivo histórico da obra de Cristo foi a inauguração do seu reino sobre a terra. Isto inclui a salvação de indivíduos, bem como uma nova ordem na sociedade. Todavia, cremos que somente com os valores do reino de Deus, num discipulado integral, em que os cristãos se envolvem produtivamente em todas as áreas da vida, e participam pelo processo de restauração, transformação e desenvolvimento, reconhecendo Cristo como o Senhor em todas as esferas da nossa existência.
Estamos chegando ao fim da história humana não em direção ao desespero e caos, mas à consumação do propósito eterno de Deus. Cristo Jesus julgará toda a humanidade de todas as épocas e culturas, a uns dará a salvação segundo a sua misericórdia, e a outros segundo a sua justiça concederá a merecida condenação dos seus pecados. Ele é verdadeiro Deus para prescrever, exigir, julgar e redimir; e também é verdadeiro homem, para interceder, representar e nos tornar aceitáveis diante do Pai.
27 julho 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 14
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 14. Será que uma criatura, sendo apenas criatura, pode pagar por nós?
R. Não, não pode. Primeiro: porque Deus não quer castigar uma outra criatura pela dívida do homem. Segundo: porque tal criatura não poderia suportar o peso da ira eterna de Deus contra o pecado e dela livrar outros (Gn 3.17; Ez 18.4; Sl 130.3; Na 1.6).
Nenhuma criatura é capaz de pagar pela desobediência dos homens. Os animais sacrificados no Antigo Testamento não cancelavam a dívida do pecado. Eles eram mortos para indicar a consequência do pecado, a ira de Deus e o preço de transgredir a Lei. Em outras palavras, a Lei de Moisés tinha um uso didático de revelar a santidade de Deus, o pecado do homem e a apontar para a redenção em Cristo. Enquanto o pecado exige a sentença de morte, porque evoca a ira de Deus, a Lei didaticamente ensina a gravidade do pecado e a necessidade de satisfazer a justiça divina. Deus é santo e justo. Entretanto, o ensino da Lei se complementa com o Evangelho de Cristo; por isso, a finalidade da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê (Rm 10.4). Então, aprendemos com a Lei e o Evangelho que Deus é misericordioso e gracioso.
O esforço para salvar a si mesmo não é aceito por Deus. Inclusive, o Senhor proibiu o autoflagelamento, ou o sacrifício humano, como uma forma de expiação pelos pecados. Há alguns motivos para essa rejeição. Primeiro, porque o esforço humano é insuficiente. Ou seja, Deus requer uma obediência completa da Lei, e nenhum homem é capaz de cumprir todas as exigências e implicações da Lei. Segundo, porque o esforço humano é imperfeito. Ou seja, Deus requer uma obediência sem deficiência, e isto nenhum homem é capaz de cumprir sem falhar na motivação, no modo, ou no objetivo da Lei. Terceiro, porque o esforço humano é inadequado. Ou seja, Deus requer uma obediência prescrita, e não um sacrifício humanamente inventado. O Senhor decidiu que o sacrifício seria de um mediador perfeito. Entretanto, nenhum homem é capaz de cumprir porque é um mero descendente de Adão. Todos os filhos do primeiro homem nascem sob a sua maldição de morte (Rm 5.12 e Ef 2.1). Eles são escravos do pecado, inimigos de Deus, hostis à santa Lei e servos de Satanás, por natureza são filhos da ira. Como criaturas inábeis para se relacionarem com Deus, também oferecem modos inadequados para agradá-lo. Mas, mesmo que um simples homem nascesse sem pecado, e obedecesse toda a Lei como Deus exige, ainda assim não serviria como um sacrifício suficiente para outros homens. A obediência perfeita de um único homem somente mereceria aceitação diante de Deus para si, e não para outros. O seu sacrifício seria suficiente para si, mas ainda continuaria inadequado para todos os demais.
O Catecismo Maior de Westminster [Perg./Resp. 40] explica qual a necessidade do Mediador ser Deus e homem em uma só pessoa. Ele declara que “era necessário que o Mediador, que havia de reconciliar o homem com Deus, fosse Deus e homem, e isso em uma só pessoa, para que as obras próprias de cada natureza fossem aceitas por Deus em nosso favor e que confiássemos nelas como as obras da pessoa inteira”. Era necessário que o sacrífico perfeito fosse homem, não um animal ou cereais, porque o pecado cometido e transmitido pelo primeiro homem contaminou todos os homens, por isso, a penalidade deve recair sobre os que quebram a Lei. Um descendente de Adão deveria produzir uma obediência perfeita para restaurar o pacto quebrado (Gn 3.15), por isso, era necessário que o sacrifício fosse um verdadeiro homem. Mas, se fosse apenas um simples homem, ele apenas conseguiria oferecer um sacrifício de valor limitado. Por isso, era necessário que fosse verdadeiro Deus, para que a sua obediência e sacrifício possuísse um valor infinito! Cristo cumpriu toda a Lei, satisfez a justiça do Pai, produziu perfeita virtude, venceu a sentença da morte, e produziu vida abundante para todos por quem ele representou como Mediador da Aliança. A morte de Cristo foi suficiente para salvar aqueles que o Pai lhe deu.
R. Não, não pode. Primeiro: porque Deus não quer castigar uma outra criatura pela dívida do homem. Segundo: porque tal criatura não poderia suportar o peso da ira eterna de Deus contra o pecado e dela livrar outros (Gn 3.17; Ez 18.4; Sl 130.3; Na 1.6).
Nenhuma criatura é capaz de pagar pela desobediência dos homens. Os animais sacrificados no Antigo Testamento não cancelavam a dívida do pecado. Eles eram mortos para indicar a consequência do pecado, a ira de Deus e o preço de transgredir a Lei. Em outras palavras, a Lei de Moisés tinha um uso didático de revelar a santidade de Deus, o pecado do homem e a apontar para a redenção em Cristo. Enquanto o pecado exige a sentença de morte, porque evoca a ira de Deus, a Lei didaticamente ensina a gravidade do pecado e a necessidade de satisfazer a justiça divina. Deus é santo e justo. Entretanto, o ensino da Lei se complementa com o Evangelho de Cristo; por isso, a finalidade da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê (Rm 10.4). Então, aprendemos com a Lei e o Evangelho que Deus é misericordioso e gracioso.
O esforço para salvar a si mesmo não é aceito por Deus. Inclusive, o Senhor proibiu o autoflagelamento, ou o sacrifício humano, como uma forma de expiação pelos pecados. Há alguns motivos para essa rejeição. Primeiro, porque o esforço humano é insuficiente. Ou seja, Deus requer uma obediência completa da Lei, e nenhum homem é capaz de cumprir todas as exigências e implicações da Lei. Segundo, porque o esforço humano é imperfeito. Ou seja, Deus requer uma obediência sem deficiência, e isto nenhum homem é capaz de cumprir sem falhar na motivação, no modo, ou no objetivo da Lei. Terceiro, porque o esforço humano é inadequado. Ou seja, Deus requer uma obediência prescrita, e não um sacrifício humanamente inventado. O Senhor decidiu que o sacrifício seria de um mediador perfeito. Entretanto, nenhum homem é capaz de cumprir porque é um mero descendente de Adão. Todos os filhos do primeiro homem nascem sob a sua maldição de morte (Rm 5.12 e Ef 2.1). Eles são escravos do pecado, inimigos de Deus, hostis à santa Lei e servos de Satanás, por natureza são filhos da ira. Como criaturas inábeis para se relacionarem com Deus, também oferecem modos inadequados para agradá-lo. Mas, mesmo que um simples homem nascesse sem pecado, e obedecesse toda a Lei como Deus exige, ainda assim não serviria como um sacrifício suficiente para outros homens. A obediência perfeita de um único homem somente mereceria aceitação diante de Deus para si, e não para outros. O seu sacrifício seria suficiente para si, mas ainda continuaria inadequado para todos os demais.
O Catecismo Maior de Westminster [Perg./Resp. 40] explica qual a necessidade do Mediador ser Deus e homem em uma só pessoa. Ele declara que “era necessário que o Mediador, que havia de reconciliar o homem com Deus, fosse Deus e homem, e isso em uma só pessoa, para que as obras próprias de cada natureza fossem aceitas por Deus em nosso favor e que confiássemos nelas como as obras da pessoa inteira”. Era necessário que o sacrífico perfeito fosse homem, não um animal ou cereais, porque o pecado cometido e transmitido pelo primeiro homem contaminou todos os homens, por isso, a penalidade deve recair sobre os que quebram a Lei. Um descendente de Adão deveria produzir uma obediência perfeita para restaurar o pacto quebrado (Gn 3.15), por isso, era necessário que o sacrifício fosse um verdadeiro homem. Mas, se fosse apenas um simples homem, ele apenas conseguiria oferecer um sacrifício de valor limitado. Por isso, era necessário que fosse verdadeiro Deus, para que a sua obediência e sacrifício possuísse um valor infinito! Cristo cumpriu toda a Lei, satisfez a justiça do Pai, produziu perfeita virtude, venceu a sentença da morte, e produziu vida abundante para todos por quem ele representou como Mediador da Aliança. A morte de Cristo foi suficiente para salvar aqueles que o Pai lhe deu.
05 julho 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 13
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 13. Nós mesmos podemos satisfazer essa justiça?
R. De maneira alguma. Pelo contrário, aumentamos, a cada dia, a nossa dívida com Deus (Jó 4.18-19; Jó 9:2-3; Jó 15.16; Sl 130.3; Mt 6.12; Mt 16.26; Mt 18.25).
Ninguém é capaz de satisfazer a Lei moral com a qualidade exigida. Deus não aceita uma obediência que não seja perfeita. Cumprir a lei de Deus pelo nosso padrão moral não lhe é algo aceitável. Quem aceitaria comer num restaurante que tivesse um criadouro de porcos na cozinha? A ideia é tão absurda que não conseguimos conceber como isso seria possível! Mas a verdade é pior do que colocar sujeira ao lado do preparo da comida, porque o nosso coração é a fonte dessa imundícia. Por isso Cristo denuncia que “as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem ‘impuro’. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.18-19). Se o nosso critério de pureza exige um padrão mínimo necessário para ser aceitável, e sendo nós pecadores, imagine qual o nível de pureza que Deus exige em sua perfeita santidade. Não temos qualificação moral para nos apresentarmos diante dele! Pelo contrário, o nosso pecado nos torna maltrapilhos, imundos, fétidos, desprezíveis e contaminamos tudo o que tocamos ou fazemos. A lei revela nossa total inabilidade de obedecer perfeitamente a vontade de Deus.
É impossível satisfazermos a Lei de Deus na quantidade exigida. Alguns pensam que obedecer a lei de Deus é apenas seguir a literalidade dos Dez Mandamentos. Daí, enganados pelo seu superficial entendimento da lei, dizem: “nunca matei, nem adulterei, e não sou um ladrão”. A verdade é que pecam mais do que conseguem perceber, e estão iludidos com uma rasa interpretação do decálogo. Isso é mera cegueira espiritual (Jo 9.39-41). Deus requer a completa obediência da Lei moral, em toda a sua extensão, motivação e implicações, e não o mero cumprimento superficial da letra da lei. Por esse motivo não conseguimos produzir virtude suficiente que agrada a Deus. Diminuir o entendimento da Lei moral não dilui o dever de obediência em toda a sua extensão. Enquanto há quem se iluda com a ideia de que consegue obedecer aos Dez Mandamentos, a própria Escritura nos adverte dessa falha mortal, declarando que se alguém se esforça em obedecer “toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10). Ninguém consegue oferecer uma plena obediência da Lei moral em toda a sua extensão e implicações, e Deus não aceita menos do que o seu completo cumprimento.
Somos incapazes porque ao tentar cumprir a Lei moral, desobedecemos ainda mais. Você conhece pessoas que devendo ao banco pegam mais empréstimos para pagar dívidas anteriores? Elas não estão diminuindo a dívida, mas aumentando o valor da dívida, além dos seus juros! A tentativa de merecer aceitação diante de Deus pela obediência da lei apenas traz condenação. Então, devemos desistir e nos entregar ao pecado? Não! Isso só traria acréscimo de juízo no Dia do Juízo (Rm 2.5-8). Então o que fazer? Se a sua conclusão for: então é impossível obedecer a Deus como ele requer! Ok, você entendeu porque e o quanto dependemos de Cristo. Por isso o Filho de Deus nos disse: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Somos totalmente incapazes de obedecer a Lei moral como Deus requer, mas Cristo obedeceu, como nosso substituto, cumprindo todas as exigências da lei, e satisfez a vontade do Pai. Ele mereceu, em nosso lugar, o favor e a aceitação que carecemos de Deus. Por isso, podemos cantar com Augustus Toplady que “não por obras nem penar, plena paz terei aqui. Só tu podes consolar, há perdão somente em ti. Rocha eterna, só na cruz eu confio, ó meu Jesus!” [Hino 136 HNC]. A consciência atormentada pela certeza de que desobedecemos, e que a transgressão da lei aumenta a nossa dívida, crescentemente nos angustia. Entretanto, somos consolados por sabermos que temos Cristo como pagador do nosso resgate, e que alcançamos o pleno perdão nele. O Amado da nossa alma é perfeito, suficiente e capaz de nos fazer aceitáveis diante do Pai.
R. De maneira alguma. Pelo contrário, aumentamos, a cada dia, a nossa dívida com Deus (Jó 4.18-19; Jó 9:2-3; Jó 15.16; Sl 130.3; Mt 6.12; Mt 16.26; Mt 18.25).
Ninguém é capaz de satisfazer a Lei moral com a qualidade exigida. Deus não aceita uma obediência que não seja perfeita. Cumprir a lei de Deus pelo nosso padrão moral não lhe é algo aceitável. Quem aceitaria comer num restaurante que tivesse um criadouro de porcos na cozinha? A ideia é tão absurda que não conseguimos conceber como isso seria possível! Mas a verdade é pior do que colocar sujeira ao lado do preparo da comida, porque o nosso coração é a fonte dessa imundícia. Por isso Cristo denuncia que “as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem ‘impuro’. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.18-19). Se o nosso critério de pureza exige um padrão mínimo necessário para ser aceitável, e sendo nós pecadores, imagine qual o nível de pureza que Deus exige em sua perfeita santidade. Não temos qualificação moral para nos apresentarmos diante dele! Pelo contrário, o nosso pecado nos torna maltrapilhos, imundos, fétidos, desprezíveis e contaminamos tudo o que tocamos ou fazemos. A lei revela nossa total inabilidade de obedecer perfeitamente a vontade de Deus.
É impossível satisfazermos a Lei de Deus na quantidade exigida. Alguns pensam que obedecer a lei de Deus é apenas seguir a literalidade dos Dez Mandamentos. Daí, enganados pelo seu superficial entendimento da lei, dizem: “nunca matei, nem adulterei, e não sou um ladrão”. A verdade é que pecam mais do que conseguem perceber, e estão iludidos com uma rasa interpretação do decálogo. Isso é mera cegueira espiritual (Jo 9.39-41). Deus requer a completa obediência da Lei moral, em toda a sua extensão, motivação e implicações, e não o mero cumprimento superficial da letra da lei. Por esse motivo não conseguimos produzir virtude suficiente que agrada a Deus. Diminuir o entendimento da Lei moral não dilui o dever de obediência em toda a sua extensão. Enquanto há quem se iluda com a ideia de que consegue obedecer aos Dez Mandamentos, a própria Escritura nos adverte dessa falha mortal, declarando que se alguém se esforça em obedecer “toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10). Ninguém consegue oferecer uma plena obediência da Lei moral em toda a sua extensão e implicações, e Deus não aceita menos do que o seu completo cumprimento.
Somos incapazes porque ao tentar cumprir a Lei moral, desobedecemos ainda mais. Você conhece pessoas que devendo ao banco pegam mais empréstimos para pagar dívidas anteriores? Elas não estão diminuindo a dívida, mas aumentando o valor da dívida, além dos seus juros! A tentativa de merecer aceitação diante de Deus pela obediência da lei apenas traz condenação. Então, devemos desistir e nos entregar ao pecado? Não! Isso só traria acréscimo de juízo no Dia do Juízo (Rm 2.5-8). Então o que fazer? Se a sua conclusão for: então é impossível obedecer a Deus como ele requer! Ok, você entendeu porque e o quanto dependemos de Cristo. Por isso o Filho de Deus nos disse: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Somos totalmente incapazes de obedecer a Lei moral como Deus requer, mas Cristo obedeceu, como nosso substituto, cumprindo todas as exigências da lei, e satisfez a vontade do Pai. Ele mereceu, em nosso lugar, o favor e a aceitação que carecemos de Deus. Por isso, podemos cantar com Augustus Toplady que “não por obras nem penar, plena paz terei aqui. Só tu podes consolar, há perdão somente em ti. Rocha eterna, só na cruz eu confio, ó meu Jesus!” [Hino 136 HNC]. A consciência atormentada pela certeza de que desobedecemos, e que a transgressão da lei aumenta a nossa dívida, crescentemente nos angustia. Entretanto, somos consolados por sabermos que temos Cristo como pagador do nosso resgate, e que alcançamos o pleno perdão nele. O Amado da nossa alma é perfeito, suficiente e capaz de nos fazer aceitáveis diante do Pai.
29 junho 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 12
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 12. Então, conforme o justo julgamento de Deus, merecemos castigo, nesta vida e na futura. Como podemos escapar deste castigo e, de novo, ser aceitos por Deus em graça?
R. Deus quer que sua justiça seja cumprida. Por isso, nós mesmos devemos satisfazer essa justiça, ou um outro por nós. (Gn 2.17; Êx 20.5; Êx 23.7; Ez 18.4; Hb 10.30; Mt 5.26; Rm 8.3-4).
O juízo de Deus é justo. A Escritura Sagrada sentencia que “todos pecaram” (Rm 3.23), e que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Ninguém é forçado à pecar, ou tem a necessidade de pecar; pelo contrário, todos pecam conscientes e intencionalmente. Ninguém pode se vitimizar diante de Deus alegando que são constrangidos a pecar, porque não tiveram outra opção. Desde o primeiro homicídio somos informados que “se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7). Por causa do nosso pecado, somos merecedores de condenação; por isso, Deus é justo juiz!
Como podemos escapar da sua condenação? O puritano Jonathan Edwards pregou um sermão sob o título “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. A história nos relata que os ouvintes foram tomados por um grande temor vindo do Espírito Santo. O Espírito de Deus os moveu para o arrependimento, convencendo-os de seus pecados, e o quanto a sua desobediência é ofensiva à Deus. A tristeza invadiu as suas almas porque pecaram contra o santo Deus. Bem como um desespero se apossou de suas mentes por estarem convictos de que mereceriam os tormentos do inferno! Entretanto, o evangelho fala da imerecida graça que revela o perdão e nos ordena o arrependimento; e que confiemos na promessa de que não seremos rejeitados, mas aceitos por causa das virtudes de Cristo Jesus. Deus usou aquele sermão para salvar, restaurar e santificar muitos de seus filhos naquele culto. A verdade liberta da ira vindoura, da condenação e de uma consciência atormentada pela culpa e medo.
Deus exige que a sua justiça seja cumprida. É nosso dever satisfazer todas as exigências da lei de Deus. Essa é uma tarefa impossível de realizarmos. Por isso, Deus aceitou a obediência de um substituto, o seu Filho, que cumpriu tudo o que a lei exigia. O Pai entregou o seu Filho para a morte, transferiu para ele os nossos pecados e derramou sobre ele a sua santa ira. Deus decidiu odiar o seu Filho por causa dos nossos pecados, para que nos amasse, por causa da justiça do Filho. Paulo nos declara que “agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte. Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1-4). A graça que nos alcança é gratuita, mas Cristo produziu virtude pela sua perfeita obediência! O Filho de Deus pagou o alto preço pela infinita ofensa dos nossos pecados. Ele pode nos dar o perdão, reconciliando-nos com o Pai, declarando-nos justificados, adotando-nos como filhos de Deus e tornando-nos alvo de seu eterno amor. A justiça foi cumprida, em Cristo, conforme Deus exige.
R. Deus quer que sua justiça seja cumprida. Por isso, nós mesmos devemos satisfazer essa justiça, ou um outro por nós. (Gn 2.17; Êx 20.5; Êx 23.7; Ez 18.4; Hb 10.30; Mt 5.26; Rm 8.3-4).
O juízo de Deus é justo. A Escritura Sagrada sentencia que “todos pecaram” (Rm 3.23), e que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Ninguém é forçado à pecar, ou tem a necessidade de pecar; pelo contrário, todos pecam conscientes e intencionalmente. Ninguém pode se vitimizar diante de Deus alegando que são constrangidos a pecar, porque não tiveram outra opção. Desde o primeiro homicídio somos informados que “se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7). Por causa do nosso pecado, somos merecedores de condenação; por isso, Deus é justo juiz!
Como podemos escapar da sua condenação? O puritano Jonathan Edwards pregou um sermão sob o título “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. A história nos relata que os ouvintes foram tomados por um grande temor vindo do Espírito Santo. O Espírito de Deus os moveu para o arrependimento, convencendo-os de seus pecados, e o quanto a sua desobediência é ofensiva à Deus. A tristeza invadiu as suas almas porque pecaram contra o santo Deus. Bem como um desespero se apossou de suas mentes por estarem convictos de que mereceriam os tormentos do inferno! Entretanto, o evangelho fala da imerecida graça que revela o perdão e nos ordena o arrependimento; e que confiemos na promessa de que não seremos rejeitados, mas aceitos por causa das virtudes de Cristo Jesus. Deus usou aquele sermão para salvar, restaurar e santificar muitos de seus filhos naquele culto. A verdade liberta da ira vindoura, da condenação e de uma consciência atormentada pela culpa e medo.
Deus exige que a sua justiça seja cumprida. É nosso dever satisfazer todas as exigências da lei de Deus. Essa é uma tarefa impossível de realizarmos. Por isso, Deus aceitou a obediência de um substituto, o seu Filho, que cumpriu tudo o que a lei exigia. O Pai entregou o seu Filho para a morte, transferiu para ele os nossos pecados e derramou sobre ele a sua santa ira. Deus decidiu odiar o seu Filho por causa dos nossos pecados, para que nos amasse, por causa da justiça do Filho. Paulo nos declara que “agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte. Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1-4). A graça que nos alcança é gratuita, mas Cristo produziu virtude pela sua perfeita obediência! O Filho de Deus pagou o alto preço pela infinita ofensa dos nossos pecados. Ele pode nos dar o perdão, reconciliando-nos com o Pai, declarando-nos justificados, adotando-nos como filhos de Deus e tornando-nos alvo de seu eterno amor. A justiça foi cumprida, em Cristo, conforme Deus exige.
30 maio 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 11
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 11. Mas Deus não é também misericordioso?
R. Deus na verdade é misericordioso(1), mas também e justo (2). Por isso, sua justiça exige que o pecado, cometido contra a suprema majestade de Deus, seja castigado também com a pena máxima, quer dizer, com o castigo eterno em corpo e alma [Êx 20.6; Êx 34.6,7; Êx 20.5; Êx 23.7; Êx 34.7; Sl 7.9; Na 1.2-3; 2Ts 1.9].
As pessoas querem viver no pecado, indiferentes à vontade de Deus, sem colher as consequências de suas decisões. Quando são lembradas de que haverá um juízo final, e que prestarão contas de tudo o que viveram, elas contestam que Deus é misericordioso. Elas recorrem ao amor de Deus sem nenhum arrependimento, sem crerem na redenção de Cristo, e sem clamarem pelo seu perdão. Deus é gracioso com aqueles que buscam a sua misericórdia com contrição, e se arrependem verdadeiramente dos seus pecados.
Devemos lembrar que o pecado é um problema legal e moral. Ele é um problema legal porque é a transgressão da lei de Deus. É desobediência, rebeldia e iniquidade, de modo que, todos merecidamente são sentenciados à pena de morte. A desobediência da lei moral exige justa punição. Mas o pecado também é um problema moral. Ele é moral porque envolve os motivos do coração pervertendo, deformando, corrompendo, indispondo e poluindo tudo em nós contra Deus. Por isso, “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9).
A justiça exige punição quando não há arrependimento verdadeiro. Quando nos endurecemos em nossos pecados e desprezamos a misericórdia de Deus, corremos grande perigo! O autor da epístola aos Hebreus nos adverte que “não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como filho mais velho. Como vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a bênção, foi rejeitado; e não teve como alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrimas” (Hb 12.16-17).
Não podemos confundir remorso com arrependimento, porque são disposições morais diferentes. O arrependimento reconhece a desobediência da lei moral, sabe que ofendeu a santidade de Deus, e que merece a punição sentenciada pela Palavra de Deus, e é tomado pela tristeza de pecar contra o Senhor (Sl 32 e 51; Dn 9.1-19). O arrependido sabe que a graça o limpará da imundícia do pecado, e que não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). O temor do Senhor produz arrependimento.
O remorso, entretanto, não é assim. Embora seja um sentimento acompanhado de tristeza e vergonha, ele não está convencido de ter ofendido ao Senhor. A angústia do remorso é movida pela vergonha da sua imoralidade que se tornou pública. Ele está envergonhado pois a sua reputação se manchou, e o seu nome é criticado, zombado e desmoralizado. Por isso, Paulo afirma que “a tristeza segundo Deus produz um arrependimento que leva à salvação e não remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte” (2 Co 7.9). O remorso é a dor causada pelo golpe do próprio pecado no seu orgulho. É chorar o prejuízo que sofreu, e os benefícios que perdeu. Os arrependidos buscam a Deus, enquanto pessoas angustiadas pelo remorso podem, até mesmo, cometer suicídio. O temor dos homens produz remorso.
A Bíblia fala que há céu e inferno. Estes dois termos se referem à condição e ao lugar onde estão as almas após a morte. É uma condição porque o céu é uma graciosa relação de comunhão, por meio de Cristo, com Deus. Nesse sentido, o céu começa aqui, num vínculo de já e ainda-não (Fp 3.1-4). Mas o céu também é o lugar aonde as almas dos eleitos vão após morrerem. Eles estão com o Senhor, conscientes, adorando, sendo consolados, e esperando a consumação de todas as coisas (Ap 6.9-11).
O inferno também é uma condição e um local. Ele é uma condição, porque é a contínua ira de Deus sobre os ímpios (Jo 3.36), e é um lugar porque é para lá que as almas deles vão quando falecem sem Cristo. O inferno foi criado por Deus para guardar provisoriamente as almas daqueles que receberão maior juízo no grande e terrível Dia do Senhor. Naquele dia não será o momento para se descobrir se será salvo, ou não (Jo 3.17-19); mas, o juízo final será para sentenciar quanto ao galardão, ou a intensidade de maiores sofrimentos, conforme as obras de cada um (Rm 2.5-10). Atualmente, no inferno, o juízo é parcial, porque a ira de Deus se manifesta apenas contra a alma, mas no último dia a punição será completa, porque será contra o corpo e alma daqueles que se rebelaram contra Deus (Ap 20.11-15). Qual será o seu julgamento?
R. Deus na verdade é misericordioso(1), mas também e justo (2). Por isso, sua justiça exige que o pecado, cometido contra a suprema majestade de Deus, seja castigado também com a pena máxima, quer dizer, com o castigo eterno em corpo e alma [Êx 20.6; Êx 34.6,7; Êx 20.5; Êx 23.7; Êx 34.7; Sl 7.9; Na 1.2-3; 2Ts 1.9].
As pessoas querem viver no pecado, indiferentes à vontade de Deus, sem colher as consequências de suas decisões. Quando são lembradas de que haverá um juízo final, e que prestarão contas de tudo o que viveram, elas contestam que Deus é misericordioso. Elas recorrem ao amor de Deus sem nenhum arrependimento, sem crerem na redenção de Cristo, e sem clamarem pelo seu perdão. Deus é gracioso com aqueles que buscam a sua misericórdia com contrição, e se arrependem verdadeiramente dos seus pecados.
Devemos lembrar que o pecado é um problema legal e moral. Ele é um problema legal porque é a transgressão da lei de Deus. É desobediência, rebeldia e iniquidade, de modo que, todos merecidamente são sentenciados à pena de morte. A desobediência da lei moral exige justa punição. Mas o pecado também é um problema moral. Ele é moral porque envolve os motivos do coração pervertendo, deformando, corrompendo, indispondo e poluindo tudo em nós contra Deus. Por isso, “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9).
A justiça exige punição quando não há arrependimento verdadeiro. Quando nos endurecemos em nossos pecados e desprezamos a misericórdia de Deus, corremos grande perigo! O autor da epístola aos Hebreus nos adverte que “não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como filho mais velho. Como vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a bênção, foi rejeitado; e não teve como alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrimas” (Hb 12.16-17).
Não podemos confundir remorso com arrependimento, porque são disposições morais diferentes. O arrependimento reconhece a desobediência da lei moral, sabe que ofendeu a santidade de Deus, e que merece a punição sentenciada pela Palavra de Deus, e é tomado pela tristeza de pecar contra o Senhor (Sl 32 e 51; Dn 9.1-19). O arrependido sabe que a graça o limpará da imundícia do pecado, e que não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). O temor do Senhor produz arrependimento.
O remorso, entretanto, não é assim. Embora seja um sentimento acompanhado de tristeza e vergonha, ele não está convencido de ter ofendido ao Senhor. A angústia do remorso é movida pela vergonha da sua imoralidade que se tornou pública. Ele está envergonhado pois a sua reputação se manchou, e o seu nome é criticado, zombado e desmoralizado. Por isso, Paulo afirma que “a tristeza segundo Deus produz um arrependimento que leva à salvação e não remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte” (2 Co 7.9). O remorso é a dor causada pelo golpe do próprio pecado no seu orgulho. É chorar o prejuízo que sofreu, e os benefícios que perdeu. Os arrependidos buscam a Deus, enquanto pessoas angustiadas pelo remorso podem, até mesmo, cometer suicídio. O temor dos homens produz remorso.
A Bíblia fala que há céu e inferno. Estes dois termos se referem à condição e ao lugar onde estão as almas após a morte. É uma condição porque o céu é uma graciosa relação de comunhão, por meio de Cristo, com Deus. Nesse sentido, o céu começa aqui, num vínculo de já e ainda-não (Fp 3.1-4). Mas o céu também é o lugar aonde as almas dos eleitos vão após morrerem. Eles estão com o Senhor, conscientes, adorando, sendo consolados, e esperando a consumação de todas as coisas (Ap 6.9-11).
O inferno também é uma condição e um local. Ele é uma condição, porque é a contínua ira de Deus sobre os ímpios (Jo 3.36), e é um lugar porque é para lá que as almas deles vão quando falecem sem Cristo. O inferno foi criado por Deus para guardar provisoriamente as almas daqueles que receberão maior juízo no grande e terrível Dia do Senhor. Naquele dia não será o momento para se descobrir se será salvo, ou não (Jo 3.17-19); mas, o juízo final será para sentenciar quanto ao galardão, ou a intensidade de maiores sofrimentos, conforme as obras de cada um (Rm 2.5-10). Atualmente, no inferno, o juízo é parcial, porque a ira de Deus se manifesta apenas contra a alma, mas no último dia a punição será completa, porque será contra o corpo e alma daqueles que se rebelaram contra Deus (Ap 20.11-15). Qual será o seu julgamento?
15 maio 2019
SPIRITUS SANCTUS
Ó Espírito Santo,
Como o sol é pleno de luz,
o oceano abundante de água,
O céu repleto de glória,
assim meu coração seja cheio de Ti.
Inúteis são todos propósitos divinos do amor
e a redenção consumada por Jesus
a não ser, se Tu operas internamente,
regenerando pelo teu poder,
dando-me olhos para ver Jesus
mostrando-me as realidades do mundo invisível.
Dá-me a Ti mesmo sem medida
como uma fonte intocada,
como riquezas inesgotáveis.
Eu lamento minha frieza, pobreza, vazio,
visão imperfeita, culto desanimado,
orações vazias, louvor sem valor.
Sofro por não me afligir ou resistir a Ti.
Venha como poder,
para expulsar toda rebelde luxúria, para reinar supremo e manter-me Teu;
Venha como mestre,
conduzindo-me à toda a verdade, enchendo-me de todo entendimento;
Venha como amor
para que eu possa adorar o Pai e amá-lo com tudo o que tenho;
Vem como alegria,
habitar em mim, mover-se em mim, animar-me;
Venha como luz
iluminando as Escrituras, moldando-me em Tuas leis;
Vem como santificador
corpo, alma e espírito são totalmente Teus;
Venha como auxiliador,
com poder para abençoar e manter, direcionando todos os meus passos;
Vem como embelezador,
trazendo ordem a partir da confusão, amabilidade do caos.
Engrandeça-me na Tua glória, magnificando-se em mim
e me faça sentir a Tua fragrância.
Como o sol é pleno de luz,
o oceano abundante de água,
O céu repleto de glória,
assim meu coração seja cheio de Ti.
Inúteis são todos propósitos divinos do amor
e a redenção consumada por Jesus
a não ser, se Tu operas internamente,
regenerando pelo teu poder,
dando-me olhos para ver Jesus
mostrando-me as realidades do mundo invisível.
Dá-me a Ti mesmo sem medida
como uma fonte intocada,
como riquezas inesgotáveis.
Eu lamento minha frieza, pobreza, vazio,
visão imperfeita, culto desanimado,
orações vazias, louvor sem valor.
Sofro por não me afligir ou resistir a Ti.
Venha como poder,
para expulsar toda rebelde luxúria, para reinar supremo e manter-me Teu;
Venha como mestre,
conduzindo-me à toda a verdade, enchendo-me de todo entendimento;
Venha como amor
para que eu possa adorar o Pai e amá-lo com tudo o que tenho;
Vem como alegria,
habitar em mim, mover-se em mim, animar-me;
Venha como luz
iluminando as Escrituras, moldando-me em Tuas leis;
Vem como santificador
corpo, alma e espírito são totalmente Teus;
Venha como auxiliador,
com poder para abençoar e manter, direcionando todos os meus passos;
Vem como embelezador,
trazendo ordem a partir da confusão, amabilidade do caos.
Engrandeça-me na Tua glória, magnificando-se em mim
e me faça sentir a Tua fragrância.
11 maio 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 10
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 10. Deus deixa sem castigo esta desobediência e rebeldia?
R. Não, não deixa, porque Ele se ira terrivelmente tanto contra os pecados em que nascemos como contra os que cometemos, e quer castigá-los por justo julgamento, agora, nesta vida, e na futura (1). Ele mesmo declarou: "Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las" (Gl 3.10) [Gn 2.17; Êx 20.5; Êx 34.7; Sl 5.5; Na 1.2; Rm 1.18; Rm 5.12; Ef 5.6; Hb 9.27; Dt 27.26].
O falso evangelho apresenta um deus de amor que não manifesta juízo. Entretanto, a Escritura Sagrada fala constantemente da ira de Deus contra o pecado. A sua ira revela outros dos atributos divinos, ou seja, ela é uma ira santa, justa, perfeita, onipotente, onisciente, etc. Por isso, Deus não erra, nem é injusto quando manifesta a sua ira contra alguém. Deus é justo ao condenar ao inferno e a sua sentença é perfeita. Mesmo que no mesmo lar houver membros ímpios e justos, a Escritura declara que “aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada” (Ez 18.20). Deus é o justo juiz.
Os pecados merecem justa condenação. A Escritura nos declara que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”(Rm 6.23). Deus nos adverte que “o que pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os que me odeiam amam a morte” (Pv 8.36). Então, o Senhor Deus é justo em retribuir a cada um segundo o seu pecado. Por isso, Paulo nos afirma que “por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento. Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento. Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça” (Rm 2.5-8). Mas a longanimidade de Deus faz com que ele não derrame toda a sua justa ira sobre a humanidade. Ele manifesta a sua bondade sobre todos, e dá graça e misericórdia aos seus eleitos.
Deus derrama juízos temporais sobre a humanidade. Juízos temporais são as manifestações dos castigos de Deus, no tempo presente, antes do juízo final. Eles começaram desde o Jardim do Éden quando Deus impôs o sofrimento e limitações ao nossos primeiros pais, e sobre a criação, por causa do seu primeiro pecado (Gn 3.17 e Rm 8.20). Assim, as enfermidades, dores, disfunções, desequilíbrios, a tristeza, destruições, etc. são juízos temporais divinos. Entretanto, podemos classifica-los em juízos temporais gerais e pessoais. Os que foram mencionados são juízos gerais, e não tem relação direta com algum pecado que tenhamos cometido. Entretanto, há juízos temporais pessoais, por serem consequência de pecados que praticamos. Eles podem ser resultantes da imoralidade do pecado, quando perdemos a boa reputação, o respeito, o crédito, e sobrevém a vergonha, a separação, a desconfiança e o desprezo. Podem vir em forma de doenças venéreas, ausência da alegria da salvação, desonra pessoal impedindo o exercício dos dons, ou a desqualificação para o exercício dos ofícios. Entretanto, por mais grave e vergonhoso seja o pecado de alguém isso não tira a graça salvadora sobre ele. Sabemos do jovem que adulterou com a esposa de seu pai, e terrível juízo lhe sobreveio, apesar de Paulo ordenar que “ entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo seja destruído, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor” (1Co 5.5).
Há quem pense que todo o sofrimento humano termina com a morte. Isto só é verdade para os salvos em Cristo. Pois, para aqueles que morreram sem Cristo há o inferno e o juízo eterno. Embora muitos ímpios usufruam, aparentemente impunes, de uma boa vida, na verdade eles terão um triste destino. Esperamos na misericórdia de Deus, mas os ímpios vivem sem esperança, por isso, Asafe diz “o meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre. Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. Mas, para mim, bom é estar perto de Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio; proclamarei todos os teus feitos” (Sl 73.26-28).
R. Não, não deixa, porque Ele se ira terrivelmente tanto contra os pecados em que nascemos como contra os que cometemos, e quer castigá-los por justo julgamento, agora, nesta vida, e na futura (1). Ele mesmo declarou: "Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las" (Gl 3.10) [Gn 2.17; Êx 20.5; Êx 34.7; Sl 5.5; Na 1.2; Rm 1.18; Rm 5.12; Ef 5.6; Hb 9.27; Dt 27.26].
O falso evangelho apresenta um deus de amor que não manifesta juízo. Entretanto, a Escritura Sagrada fala constantemente da ira de Deus contra o pecado. A sua ira revela outros dos atributos divinos, ou seja, ela é uma ira santa, justa, perfeita, onipotente, onisciente, etc. Por isso, Deus não erra, nem é injusto quando manifesta a sua ira contra alguém. Deus é justo ao condenar ao inferno e a sua sentença é perfeita. Mesmo que no mesmo lar houver membros ímpios e justos, a Escritura declara que “aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada” (Ez 18.20). Deus é o justo juiz.
Os pecados merecem justa condenação. A Escritura nos declara que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”(Rm 6.23). Deus nos adverte que “o que pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os que me odeiam amam a morte” (Pv 8.36). Então, o Senhor Deus é justo em retribuir a cada um segundo o seu pecado. Por isso, Paulo nos afirma que “por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento. Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento. Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça” (Rm 2.5-8). Mas a longanimidade de Deus faz com que ele não derrame toda a sua justa ira sobre a humanidade. Ele manifesta a sua bondade sobre todos, e dá graça e misericórdia aos seus eleitos.
Deus derrama juízos temporais sobre a humanidade. Juízos temporais são as manifestações dos castigos de Deus, no tempo presente, antes do juízo final. Eles começaram desde o Jardim do Éden quando Deus impôs o sofrimento e limitações ao nossos primeiros pais, e sobre a criação, por causa do seu primeiro pecado (Gn 3.17 e Rm 8.20). Assim, as enfermidades, dores, disfunções, desequilíbrios, a tristeza, destruições, etc. são juízos temporais divinos. Entretanto, podemos classifica-los em juízos temporais gerais e pessoais. Os que foram mencionados são juízos gerais, e não tem relação direta com algum pecado que tenhamos cometido. Entretanto, há juízos temporais pessoais, por serem consequência de pecados que praticamos. Eles podem ser resultantes da imoralidade do pecado, quando perdemos a boa reputação, o respeito, o crédito, e sobrevém a vergonha, a separação, a desconfiança e o desprezo. Podem vir em forma de doenças venéreas, ausência da alegria da salvação, desonra pessoal impedindo o exercício dos dons, ou a desqualificação para o exercício dos ofícios. Entretanto, por mais grave e vergonhoso seja o pecado de alguém isso não tira a graça salvadora sobre ele. Sabemos do jovem que adulterou com a esposa de seu pai, e terrível juízo lhe sobreveio, apesar de Paulo ordenar que “ entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo seja destruído, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor” (1Co 5.5).
Há quem pense que todo o sofrimento humano termina com a morte. Isto só é verdade para os salvos em Cristo. Pois, para aqueles que morreram sem Cristo há o inferno e o juízo eterno. Embora muitos ímpios usufruam, aparentemente impunes, de uma boa vida, na verdade eles terão um triste destino. Esperamos na misericórdia de Deus, mas os ímpios vivem sem esperança, por isso, Asafe diz “o meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre. Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. Mas, para mim, bom é estar perto de Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio; proclamarei todos os teus feitos” (Sl 73.26-28).
03 maio 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 9
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 9. Então, Deus exige do homem, em sua lei, o que este não pode cumprir. Isto não é injusto?
R. Não, pois Deus criou o homem de tal maneira que este pudesse cumprir a lei (1). O homem, porém, sob instigação do diabo e por sua própria rebeldia, privou a si mesmo e a todos os seus descendentes destes dons (Gn 1.27; Ef 4.24; Gn 3.4-6; Rm 5.12; 1Tm 2.13-14).
Deus criou o homem capaz de cumprir perfeitamente a lei. Zacharias Ursinus, um dos autores do Catecismo de Heidelberg, disse que se Deus “requer o que é impossível somente é injusto se, primeiro, não deu a habilidade para cumprir o que ele exigiu; segundo, a menos que o homem cobiçou, e por si mesmo, consentiu escravizar-se nesta inabilidade; e, por último, a menos que o exigido não fosse possível ao homem obedecer, sendo de tal natureza, planejado levá-lo a reconhecer e desprezar a sua incapacidade. Mas Deus criou o homem à sua própria imagem, deu-lhe a habilidade de prestar-lhe obediência, a qual justamente requer dele em sua lei” [The Commentary on Heidelberg Catechism, p. 66]. Agostinho resumiu esta verdade ao dizer “dá-me aquilo que ordenas, ordena-me aquilo que queres.” Deus não exige o que ele mesmo não dá, e sabemos disto porque o apóstolo Paulo nos revela que “não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1Co 10:13). Ele exige que vençamos as tentações, porque nenhuma delas é mais forte do que o poder que ele nos dá, e se buscarmos a ele também nos dará livramento.
O diabo incentiva o despertamento da cobiça humana. Sabemos que Satanás nos oferece o que o nosso coração deseja. Ele não nos obriga a pecar. O inimigo de nossas almas é nosso tentador, mas nunca o autor do nosso pecado. Mas, ele nos conhece bem, e sabe das nossas fraquezas, e como nos iludir, bem como despertar desejos pecaminosos em nosso coração. Por isso, a Bíblia nos ordena resistir ao diabo e, consequentemente, ele fugirá de nós (Tg 4.7).
Os nossos primeiros pais se rebelaram contra a Deus. Eles estavam providos em Deus e deveriam estar satisfeitos nele, todavia, o diabo os convenceu de que havia algo maior que Deus lhes omitiu, e que eles deveriam experimentar o fruto proibido para que pudessem ser iguais à Deus. Na verdade, Deus os havia criado à sua imagem. Eles refletiam os atributos comunicáveis de Deus, e receberam autoridade para dominar sobre toda a criação. Entretanto, eles não queriam refletir a glória de Deus, mas queriam ter uma glória própria. O descontentamento foi despertado nos seus corações para que desejassem algo que é exclusivo em Deus.
Adão e Eva perderam parcialmente a imagem de Deus. Alguns dos atributos morais são fundamentais na imagem de Deus, ou seja, o conhecimento, a justiça e a santidade. Estas perfeições manifestavam a comunhão de Deus com o homem, sem elas o ser humano está separado de Deus (Is 59.2) e debaixo de sua divina ira (Jo 3.36). No entanto, além de sofrer o prejuízo moral e dano espiritual, os nossos primeiros pais tiveram os resquícios da imagem de Deus distorcida. O ser humano ainda preserva parte da imagem de Deus, mas ela está tão afetada pelo mal moral, que o pecado o animaliza tornando-o menos humano (Sl 32.9 e Sl 73.21-22).
Deus continua sendo justo em exigir obediência da lei moral apesar de todo o estrago do pecado. Todo ser humano deve adorar a Deus e amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40) e cumprir todas as exigências da lei de Deus (Êx 20.1-17; Mt 5.17-19). Entretanto, lembremos que ao obedecer a lei não produzimos mérito para sermos aceitos diante de Deus, porque Cristo fez isso em nosso lugar e a nosso favor. Obedecemos porque somos habilitados amar à Deus (Rm 5.5), e cumprimos o que Ele exige de nós para agradar ao nosso Pai celestial (Jo 14.15).
R. Não, pois Deus criou o homem de tal maneira que este pudesse cumprir a lei (1). O homem, porém, sob instigação do diabo e por sua própria rebeldia, privou a si mesmo e a todos os seus descendentes destes dons (Gn 1.27; Ef 4.24; Gn 3.4-6; Rm 5.12; 1Tm 2.13-14).
Deus criou o homem capaz de cumprir perfeitamente a lei. Zacharias Ursinus, um dos autores do Catecismo de Heidelberg, disse que se Deus “requer o que é impossível somente é injusto se, primeiro, não deu a habilidade para cumprir o que ele exigiu; segundo, a menos que o homem cobiçou, e por si mesmo, consentiu escravizar-se nesta inabilidade; e, por último, a menos que o exigido não fosse possível ao homem obedecer, sendo de tal natureza, planejado levá-lo a reconhecer e desprezar a sua incapacidade. Mas Deus criou o homem à sua própria imagem, deu-lhe a habilidade de prestar-lhe obediência, a qual justamente requer dele em sua lei” [The Commentary on Heidelberg Catechism, p. 66]. Agostinho resumiu esta verdade ao dizer “dá-me aquilo que ordenas, ordena-me aquilo que queres.” Deus não exige o que ele mesmo não dá, e sabemos disto porque o apóstolo Paulo nos revela que “não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1Co 10:13). Ele exige que vençamos as tentações, porque nenhuma delas é mais forte do que o poder que ele nos dá, e se buscarmos a ele também nos dará livramento.
O diabo incentiva o despertamento da cobiça humana. Sabemos que Satanás nos oferece o que o nosso coração deseja. Ele não nos obriga a pecar. O inimigo de nossas almas é nosso tentador, mas nunca o autor do nosso pecado. Mas, ele nos conhece bem, e sabe das nossas fraquezas, e como nos iludir, bem como despertar desejos pecaminosos em nosso coração. Por isso, a Bíblia nos ordena resistir ao diabo e, consequentemente, ele fugirá de nós (Tg 4.7).
Os nossos primeiros pais se rebelaram contra a Deus. Eles estavam providos em Deus e deveriam estar satisfeitos nele, todavia, o diabo os convenceu de que havia algo maior que Deus lhes omitiu, e que eles deveriam experimentar o fruto proibido para que pudessem ser iguais à Deus. Na verdade, Deus os havia criado à sua imagem. Eles refletiam os atributos comunicáveis de Deus, e receberam autoridade para dominar sobre toda a criação. Entretanto, eles não queriam refletir a glória de Deus, mas queriam ter uma glória própria. O descontentamento foi despertado nos seus corações para que desejassem algo que é exclusivo em Deus.
Adão e Eva perderam parcialmente a imagem de Deus. Alguns dos atributos morais são fundamentais na imagem de Deus, ou seja, o conhecimento, a justiça e a santidade. Estas perfeições manifestavam a comunhão de Deus com o homem, sem elas o ser humano está separado de Deus (Is 59.2) e debaixo de sua divina ira (Jo 3.36). No entanto, além de sofrer o prejuízo moral e dano espiritual, os nossos primeiros pais tiveram os resquícios da imagem de Deus distorcida. O ser humano ainda preserva parte da imagem de Deus, mas ela está tão afetada pelo mal moral, que o pecado o animaliza tornando-o menos humano (Sl 32.9 e Sl 73.21-22).
Deus continua sendo justo em exigir obediência da lei moral apesar de todo o estrago do pecado. Todo ser humano deve adorar a Deus e amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40) e cumprir todas as exigências da lei de Deus (Êx 20.1-17; Mt 5.17-19). Entretanto, lembremos que ao obedecer a lei não produzimos mérito para sermos aceitos diante de Deus, porque Cristo fez isso em nosso lugar e a nosso favor. Obedecemos porque somos habilitados amar à Deus (Rm 5.5), e cumprimos o que Ele exige de nós para agradar ao nosso Pai celestial (Jo 14.15).
23 abril 2019
A segunda vinda
Ó Filho de Deus e Filho do homem,
Tu foste encarnado, sofreste, subiste, ascendeste por minha causa;
Tua partida não foi um sinal de separação, mas um penhor de retorno;
Tua Palavra, promessas, sacramentos, revelam a tua morte até que venhas novamente.
Esse dia não é um horror para mim
porque a tua morte me redimiu,
Teu Espírito me enche,
Teu amor me anima,
Tua Palavra me governa.
Confiei em ti e não tu traíste a minha confiança;
Esperei por ti e não esperei em vão.
Tu levantarás o meu corpo do pó e o reunirás à minha alma,
por uma maravilhosa obra de infinito poder e amor,
maior do que o que limita as águas dos oceanos,
agitas e fluis as marés
manténs as estrelas em seu curso
se dás vida a todas as criaturas.
O que é corruptível se revestirá de incorruptibilidade
o mortal, de imortalidade,
este corpo natural, se tornará num corpo espiritual,
este corpo desonrado, se transformará um corpo glorioso,
e este corpo fraco, num corpo de poder.
Eu triunfo agora em tuas promessas como farei em tua realização,
porque a cabeça não pode viver se os membros estiverem mortos;
Além da sepultura é ressurreição, julgamento, perdão e domínio.
Todos os eventos e circunstâncias da minha vida serão tratados -
os pecados da minha juventude, meus pecados secretos,
os pecados de abusos contra ti, de desobedecer a tua Palavra,
os pecados de negligenciar as admoestações dos ministros,
os pecados de violar a minha consciência -
tudo será julgado;
E depois do julgamento haverá paz e descanso, vida e serviço,
emprego e gozo para os teus eleitos.
Ó Deus, preserve-me nessa fé e sempre buscando o retorno de Cristo.
Tu foste encarnado, sofreste, subiste, ascendeste por minha causa;
Tua partida não foi um sinal de separação, mas um penhor de retorno;
Tua Palavra, promessas, sacramentos, revelam a tua morte até que venhas novamente.
Esse dia não é um horror para mim
porque a tua morte me redimiu,
Teu Espírito me enche,
Teu amor me anima,
Tua Palavra me governa.
Confiei em ti e não tu traíste a minha confiança;
Esperei por ti e não esperei em vão.
Tu levantarás o meu corpo do pó e o reunirás à minha alma,
por uma maravilhosa obra de infinito poder e amor,
maior do que o que limita as águas dos oceanos,
agitas e fluis as marés
manténs as estrelas em seu curso
se dás vida a todas as criaturas.
O que é corruptível se revestirá de incorruptibilidade
o mortal, de imortalidade,
este corpo natural, se tornará num corpo espiritual,
este corpo desonrado, se transformará um corpo glorioso,
e este corpo fraco, num corpo de poder.
Eu triunfo agora em tuas promessas como farei em tua realização,
porque a cabeça não pode viver se os membros estiverem mortos;
Além da sepultura é ressurreição, julgamento, perdão e domínio.
Todos os eventos e circunstâncias da minha vida serão tratados -
os pecados da minha juventude, meus pecados secretos,
os pecados de abusos contra ti, de desobedecer a tua Palavra,
os pecados de negligenciar as admoestações dos ministros,
os pecados de violar a minha consciência -
tudo será julgado;
E depois do julgamento haverá paz e descanso, vida e serviço,
emprego e gozo para os teus eleitos.
Ó Deus, preserve-me nessa fé e sempre buscando o retorno de Cristo.
22 abril 2019
Amar à Jesus
Se eu te amo, a minha alma te buscará;
mas como te buscarei se o meu amor por ti não for preservado vivo para este fim?
Eu te amo porque Tu és bom,
e somente Tu podes fazer-me bom?
É justo que não deves me considerar,
porque sou vil e egoísta;
mas eu te busco,
e quando te encontro não há ira para me devorar,
mas apenas o doce amor.
Tu permaneces como uma rocha entre o sol escaldante e a minha alma.
e eu vivo sob o lado refrescante como um eleito.
Quando minha mente age sem ti
nada produz além de engano e ilusão;
Quando minhas afeições agem sem ti
nada se vê senão obras mortas.
Como eu preciso que habite em mim
porque não tenho olhos naturais para te ver,
mas eu vivo pela fé em alguém cuja face para mim
é mais brilhante que mil sóis!
Quando vejo que todo pecado está em mim,
sei que toda vergonha me pertence;
deixe-me saber que todo o bem está em ti, e que toda a glória é tua.
Mantenha-me longe do erro de pensar que Tu aparecerás gloriosamente
quando alguma luz estranha encher meu coração,
como se isso fosse a atividade gloriosa da graça,
mas deixe-me ver que a mais verdadeira revelação de Ti mesmo
é quando Tu eclipsas toda a minha glória pessoal
e toda a honra, prazer e benefício deste mundo.
O Filho irrompe em glória
quando Ele se mostra como alguém que supera toda a criação,
faz homens pobres em espírito,
e ajuda-os a encontrar o seu bem nele.
Concede que eu possa desconfiar de mim mesmo, e ver tudo em ti.
mas como te buscarei se o meu amor por ti não for preservado vivo para este fim?
Eu te amo porque Tu és bom,
e somente Tu podes fazer-me bom?
É justo que não deves me considerar,
porque sou vil e egoísta;
mas eu te busco,
e quando te encontro não há ira para me devorar,
mas apenas o doce amor.
Tu permaneces como uma rocha entre o sol escaldante e a minha alma.
e eu vivo sob o lado refrescante como um eleito.
Quando minha mente age sem ti
nada produz além de engano e ilusão;
Quando minhas afeições agem sem ti
nada se vê senão obras mortas.
Como eu preciso que habite em mim
porque não tenho olhos naturais para te ver,
mas eu vivo pela fé em alguém cuja face para mim
é mais brilhante que mil sóis!
Quando vejo que todo pecado está em mim,
sei que toda vergonha me pertence;
deixe-me saber que todo o bem está em ti, e que toda a glória é tua.
Mantenha-me longe do erro de pensar que Tu aparecerás gloriosamente
quando alguma luz estranha encher meu coração,
como se isso fosse a atividade gloriosa da graça,
mas deixe-me ver que a mais verdadeira revelação de Ti mesmo
é quando Tu eclipsas toda a minha glória pessoal
e toda a honra, prazer e benefício deste mundo.
O Filho irrompe em glória
quando Ele se mostra como alguém que supera toda a criação,
faz homens pobres em espírito,
e ajuda-os a encontrar o seu bem nele.
Concede que eu possa desconfiar de mim mesmo, e ver tudo em ti.
21 abril 2019
O amor de Jesus
Ó, Pai de Jesus,
Ajude-me a aproximar-me de Ti com profunda reverência
não com presunção,
nem com medo servil, mas com uma santa ousadia.
Tu estás além do alcance do meu entendimento,
mas não além do meu amor.
Tu sabes que eu te amo acima de tudo
pois Tu és incomparavelmente adorável, bom e perfeito.
Meu coração se desmancha no amor de Jesus
meu irmão, ossos dos meus osso e carne da minha carne,
casado comigo, morto em meu lugar, ressuscitado por mim;
Ele é meu e eu sou dele,
deu-me tudo quanto possível;
Eu nunca serei tão meu, quanto sou dele,
ou tão perdido para mim, até perder-me nele;
então eu acho minha verdadeira varonilidade.
Mas meu amor é gelo e frio, gelo e neve;
Que o seu amor me aqueça,
alivie meu fardo,
seja meu céu;
Que seja mais revelado a mim em todas as suas influências,
que meu amor por ele pode ser mais fervoroso e reluzente;
Deixe a poderosa maré do seu amor eterno
cobrir as pedras do meu pecado e vaidade;
E, assim, deixe o meu espírito flutuar acima dessas coisas
que muito arruinaram a minha vida.
Faça-me frutífero vivendo para esse amor
meu caráter tornando-se mais belo a cada dia.
Se os traços do amor delineador de Cristo estiverem em mim,
ele trabalhará com o seu polimento divino
até que a completa imagem seja alcançada
e eu serei uma cópia perfeita dele, meu Mestre.
Senhor Jesus, venha a mim,
Ó Espírito Divino, repouse em mim,
Ó Pai Santo, olha para mim em misericórdia, por causa do bem-Amado.
Ajude-me a aproximar-me de Ti com profunda reverência
não com presunção,
nem com medo servil, mas com uma santa ousadia.
Tu estás além do alcance do meu entendimento,
mas não além do meu amor.
Tu sabes que eu te amo acima de tudo
pois Tu és incomparavelmente adorável, bom e perfeito.
Meu coração se desmancha no amor de Jesus
meu irmão, ossos dos meus osso e carne da minha carne,
casado comigo, morto em meu lugar, ressuscitado por mim;
Ele é meu e eu sou dele,
deu-me tudo quanto possível;
Eu nunca serei tão meu, quanto sou dele,
ou tão perdido para mim, até perder-me nele;
então eu acho minha verdadeira varonilidade.
Mas meu amor é gelo e frio, gelo e neve;
Que o seu amor me aqueça,
alivie meu fardo,
seja meu céu;
Que seja mais revelado a mim em todas as suas influências,
que meu amor por ele pode ser mais fervoroso e reluzente;
Deixe a poderosa maré do seu amor eterno
cobrir as pedras do meu pecado e vaidade;
E, assim, deixe o meu espírito flutuar acima dessas coisas
que muito arruinaram a minha vida.
Faça-me frutífero vivendo para esse amor
meu caráter tornando-se mais belo a cada dia.
Se os traços do amor delineador de Cristo estiverem em mim,
ele trabalhará com o seu polimento divino
até que a completa imagem seja alcançada
e eu serei uma cópia perfeita dele, meu Mestre.
Senhor Jesus, venha a mim,
Ó Espírito Divino, repouse em mim,
Ó Pai Santo, olha para mim em misericórdia, por causa do bem-Amado.
19 abril 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 8
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 8. Mas nós somos tão corrompidos que não podemos fazer bem algum e que somos inclinados a todo mal?
R. Somos sim, se não nascermos de novo pelo Espírito de Deus (Gn 6.5; Gn 8.21; Jó 14.4; Jo 15.14,16,35; Is 53.6; Tt 3.3; Jo 3.3,5; 1Co 12.3; 2Co 3.5).
O humanismo secular tenta nos convencer que o ser humano é bom por natureza. Há entre os humanistas não-cristãos aqueles que defendem que a identidade humana é moralmente neutra, isto é, sem impureza, ou sem inclinação para o mal. Eles explicam a má conduta apenas em termos de uma educação deficiente, ou má influência social. Pois, segundo eles, a perversidade não é parte inerente da índole do indivíduo, mas um comportamento aprendido, ou condicionado. É verdade que a má educação, ou a ausência de boas referências morais, dão lugar para exemplos ruins, ou se tornam num incentivo para a perversão e a criminalidade. Todavia, não é somente causas externas, mas o que sai do coração somado ao estímulo social que fomenta toda a miséria. O indivíduo escolhe o que o seu coração ama. A mera educação não é capaz de redimir a humanidade de sua da falência moral.
Deus nos descreve em tons desesperadores. Está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam. Veneno de serpentes está em seus lábios. Suas bocas estão cheias de maldição e amargura. Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcam os seus caminhos, e não conhecem o caminho da paz. Aos seus olhos é inútil temer a Deus” (Rm 3:10-18, NVI). O impulso moral de nosso coração é, por natureza, inclinado ao pecado.
Somente somos capazes de fazer o bem se Deus nos estimular. Não há virtude natural no ser humano, porque “meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou” (Tg 1.16-18, NVI). Até mesmo a nossa justiça, dizem as Escrituras, é como trapo de imundícia (Is 64.6). Assim, somente se formos regenerados, convertidos e santificados pela influência do Espírito Santo, é que sentiremos prazer em nos submeter a Palavra de Deus, satisfação em obedecê-la e conformar a nossa vida sob autoridade divina. Por isso “meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Fp 2.12-13). Aceitamos como verdade o que o Senhor Jesus nos disse: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5).
R. Somos sim, se não nascermos de novo pelo Espírito de Deus (Gn 6.5; Gn 8.21; Jó 14.4; Jo 15.14,16,35; Is 53.6; Tt 3.3; Jo 3.3,5; 1Co 12.3; 2Co 3.5).
O humanismo secular tenta nos convencer que o ser humano é bom por natureza. Há entre os humanistas não-cristãos aqueles que defendem que a identidade humana é moralmente neutra, isto é, sem impureza, ou sem inclinação para o mal. Eles explicam a má conduta apenas em termos de uma educação deficiente, ou má influência social. Pois, segundo eles, a perversidade não é parte inerente da índole do indivíduo, mas um comportamento aprendido, ou condicionado. É verdade que a má educação, ou a ausência de boas referências morais, dão lugar para exemplos ruins, ou se tornam num incentivo para a perversão e a criminalidade. Todavia, não é somente causas externas, mas o que sai do coração somado ao estímulo social que fomenta toda a miséria. O indivíduo escolhe o que o seu coração ama. A mera educação não é capaz de redimir a humanidade de sua da falência moral.
Deus nos descreve em tons desesperadores. Está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam. Veneno de serpentes está em seus lábios. Suas bocas estão cheias de maldição e amargura. Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcam os seus caminhos, e não conhecem o caminho da paz. Aos seus olhos é inútil temer a Deus” (Rm 3:10-18, NVI). O impulso moral de nosso coração é, por natureza, inclinado ao pecado.
Somente somos capazes de fazer o bem se Deus nos estimular. Não há virtude natural no ser humano, porque “meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou” (Tg 1.16-18, NVI). Até mesmo a nossa justiça, dizem as Escrituras, é como trapo de imundícia (Is 64.6). Assim, somente se formos regenerados, convertidos e santificados pela influência do Espírito Santo, é que sentiremos prazer em nos submeter a Palavra de Deus, satisfação em obedecê-la e conformar a nossa vida sob autoridade divina. Por isso “meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Fp 2.12-13). Aceitamos como verdade o que o Senhor Jesus nos disse: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5).
09 abril 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 7
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 7. De onde vem, então, esta natureza corrompida do homem?
R. Da queda e desobediência de nossos primeiros pais, Adão e Eva, no paraíso. Ali, nossa natureza tornou-se tão envenenada, que todos nós somos concebidos e nascidos em pecado (Gn 3; Rm 5:12,18,19; Sl 51:5; Jo 3:6).
O pecado de todos os homens possui duas fontes para a sua origem: primeiro a origem histórica e, segundo, a fonte existencial do mal moral. Paulo declara que “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). O apóstolo declara a origem histórica e individual do pecado de todos os homens. Adão foi o nosso mediador no Pacto das Obras. Deus o constituiu como representante de toda a raça humana. O nosso primeiro pai deveria obedecer perfeitamente a simples exigência de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Entretanto, ele comeu, e no paraíso ele recebeu a ira de Deus [Veja o Breve Catecismo de Westminster perguntas 16-19].
O pecado é transmitido na concepção (Sl 51.5). A indisposição contra Deus é transmitida à alma do ser humano como consequência da maldição atribuída a todos os descendentes de Adão. A natureza corrompida é o legado da desobediência cometida no Jardim do Éden. Não escolhemos essa herança, mas por sermos descendentes de Adão, somos recebedores dos seus méritos. O problema é que ele não produziu justiça nem virtude, mas transgrediu a lei; por isso, herdamos a condenação da morte.
A natureza humana tornou-se totalmente corrompida. O calvinismo ensina que “o homem por natureza em toda a sua existência, com todo o seu coração, mente, alma e força tornou-se escravo do pecado; ele é inteiramente incapaz de fazer alguma coisa boa e, está inclinado para o mal” [H. Hoeksema, Reformed Dogmatics, p. 358]. Paulo descreve de modo vívido esta poluição moral como sendo a condição espiritual de todos os homens (Rm 1.18-32 e 3.9-18). A força do pecado que age no coração do ser humano é altamente nocivo!
De quais pecados devemos nos arrepender? Robert L. Dabney escreveu que “o cristão, de fato, lastimará a culpa do primeiro pecado de Adão, mas não se arrependerá dele. Todavia, da corrupção da natureza, da concupiscência e dos desejos desordenados do nosso coração é nosso dever arrependermos, sentirmos vergonha deles, entristecermos e indispormos contra eles, assim como de toda transgressão atual; porque esta culpa é somente nossa, como também o nosso próprio pecado” [Systematic Theology, p. 654]. Não podemos anular os efeitos do pecado de Adão, nem nos arrependermos do pecado original. Quando a Bíblia ordena o arrependimento, a sua exigência se refere aos nossos pecados pessoais, não ao que Adão fez.
R. Da queda e desobediência de nossos primeiros pais, Adão e Eva, no paraíso. Ali, nossa natureza tornou-se tão envenenada, que todos nós somos concebidos e nascidos em pecado (Gn 3; Rm 5:12,18,19; Sl 51:5; Jo 3:6).
O pecado de todos os homens possui duas fontes para a sua origem: primeiro a origem histórica e, segundo, a fonte existencial do mal moral. Paulo declara que “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). O apóstolo declara a origem histórica e individual do pecado de todos os homens. Adão foi o nosso mediador no Pacto das Obras. Deus o constituiu como representante de toda a raça humana. O nosso primeiro pai deveria obedecer perfeitamente a simples exigência de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Entretanto, ele comeu, e no paraíso ele recebeu a ira de Deus [Veja o Breve Catecismo de Westminster perguntas 16-19].
O pecado é transmitido na concepção (Sl 51.5). A indisposição contra Deus é transmitida à alma do ser humano como consequência da maldição atribuída a todos os descendentes de Adão. A natureza corrompida é o legado da desobediência cometida no Jardim do Éden. Não escolhemos essa herança, mas por sermos descendentes de Adão, somos recebedores dos seus méritos. O problema é que ele não produziu justiça nem virtude, mas transgrediu a lei; por isso, herdamos a condenação da morte.
A natureza humana tornou-se totalmente corrompida. O calvinismo ensina que “o homem por natureza em toda a sua existência, com todo o seu coração, mente, alma e força tornou-se escravo do pecado; ele é inteiramente incapaz de fazer alguma coisa boa e, está inclinado para o mal” [H. Hoeksema, Reformed Dogmatics, p. 358]. Paulo descreve de modo vívido esta poluição moral como sendo a condição espiritual de todos os homens (Rm 1.18-32 e 3.9-18). A força do pecado que age no coração do ser humano é altamente nocivo!
De quais pecados devemos nos arrepender? Robert L. Dabney escreveu que “o cristão, de fato, lastimará a culpa do primeiro pecado de Adão, mas não se arrependerá dele. Todavia, da corrupção da natureza, da concupiscência e dos desejos desordenados do nosso coração é nosso dever arrependermos, sentirmos vergonha deles, entristecermos e indispormos contra eles, assim como de toda transgressão atual; porque esta culpa é somente nossa, como também o nosso próprio pecado” [Systematic Theology, p. 654]. Não podemos anular os efeitos do pecado de Adão, nem nos arrependermos do pecado original. Quando a Bíblia ordena o arrependimento, a sua exigência se refere aos nossos pecados pessoais, não ao que Adão fez.
05 abril 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 6
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 6. Mas Deus criou o homem tão mau e perverso?
R. Não, Deus criou o homem bom(1) e à sua imagem,(2) isto é, em verdadeira justiça e santidade, para conhecer corretamente a Deus seu Criador, amá-Lo de todo o coração e viver com Ele em eterna felicidade, para louvá-Lo e glorificá-Lo(3).
(1) Gn 1:31. (2) Gn 1:26,27. (3) 2Co 3:18; Ef 4:24; Cl 3:10.
Deus criou o homem maduro, perfeito e santo. Adão não nasceu, cresceu, nem amadureceu, porque ele foi criado adulto fisicamente e em todas as suas capacidades mentais, emocionais e volitivas. Ele estava pronto para cumprir aos mandatos do Pacto das Obras, conforme Deus firmou com ele no Jardim do Éden. Ele era perfeito porque não havia nenhuma disfunção, defeito ou desarmonia em seu corpo, nem dele com a criação. Tudo se relacionava harmonicamente. E, ele era santo, isto é, não havia pecado nele, nem inclinação para pecar. A sua vontade era cumprir a boa vontade de Deus, e o seu prazer era glorificar ao Senhor. Antes de comer do fruto proibido o nosso primeiro pai obedecia, perfeitamente, tudo o que Deus havia ordenado.
Adão foi criado à imagem de Deus. A imagem de Deus é espiritual, essencial e funcional. Os três elementos espirituais desta imagem no homem era o conhecimento perfeito de Deus, a justiça e a santidade. Em outras palavras, Adão conhecia perfeita e suficientemente à Deus, tudo o que ele era e fazia refletia justiça e mérito diante de Deus, e a sua vida e ações se revelavam em pureza moral. O nosso primeiro pai era capacitado pelo que ele era, e pelo o que nele estava, de cumprir perfeitamente o Pacto das Obras. Todavia, quando Adão pecou, ele perdeu o elemento espiritual da imagem de Deus. O Pacto de Obras foi quebrado, a comunhão espiritual rompida, a maldição de morte sentenciada e a inimizade declarada. Ele se tornou morto espiritualmente por perder o elemento espiritual da imagem de Deus, e isso corrompeu os elementos essencial e funcional desta imagem.
A imagem essencial é o que faz dele humano. A capacidade intelectual, emocional e vontade, bem como a sua autoconsciência, as suas relações afetivas e o exercício da vontade constituem o ser humano em sua identidade. Estas capacidades nos colocam acima de toda a criação, e nos capacitam a usufruir de tudo o que Deus criou para o nosso bem, e para motivar-nos a glorifica-lo. Mas por causa da perda do elemento espiritual, a personalidade foi totalmente afetada no coração. Isso significa que os nossos pensamentos, emoções e vontades estão prejudicados em seu nascedouro. A distorção pecaminosa do que é o ser humano, nos tornou menos humanos. A incapacidade de conhecer a Deus corretamente, a amargura, depressão, o orgulho e toda disfunção em nós, bem como a indisposição de amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos, resulta dos efeitos do pecado sobre a nossa humanidade original em Adão.
O pecado também perverteu a imagem funcional. Adão era capaz de cumprir os mandatos do Pacto das Obras. Deus lhe ordenou que cultivasse e dominasse sobre a criação, e multiplicasse enchendo a terra com a sua descendência. O que ele é está afetado pelo pecado, e o que ele faz revela o poder desse pecado nele. Embora o mandato cultural é parcialmente cumprido, ele perde a sua correta motivação de amar a Deus, e desfaz a virtude e o seu objetivo perfeito de glorificar a Deus. Toda a cultura sem a graça está sob os efeitos do pecado. Do mesmo modo o mandato social também é prejudicado pela queda, pois as relações sociais, desde a constituição da família ao surgimento dos grandes impérios, perverteram-se em poligamia, adultérios, infanticídio, genocídio, racismo, guerras, e diversas manifestações de amargura. E, por fim, o mandato espiritual, também recebeu a nódoa do pecado. Por isso, Paulo disse que “tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis” (Rm 1.22-23). O ser humano desaprendeu como adorar a Deus e, ao mesmo tempo, rejeita o modelo de adoração determinado por Deus. Agora, sob queda, o homem se tornou num contínuo quebrador do pacto.
Deus não criou o homem mau, mas o pecado o tornou um violentador do Pacto das Obras. A descendência de Adão continua pecando à semelhança dele, e sendo incapaz de amar e glorificar a Deus, como o Senhor exige que o homem o faça perfeitamente.
R. Não, Deus criou o homem bom(1) e à sua imagem,(2) isto é, em verdadeira justiça e santidade, para conhecer corretamente a Deus seu Criador, amá-Lo de todo o coração e viver com Ele em eterna felicidade, para louvá-Lo e glorificá-Lo(3).
(1) Gn 1:31. (2) Gn 1:26,27. (3) 2Co 3:18; Ef 4:24; Cl 3:10.
Deus criou o homem maduro, perfeito e santo. Adão não nasceu, cresceu, nem amadureceu, porque ele foi criado adulto fisicamente e em todas as suas capacidades mentais, emocionais e volitivas. Ele estava pronto para cumprir aos mandatos do Pacto das Obras, conforme Deus firmou com ele no Jardim do Éden. Ele era perfeito porque não havia nenhuma disfunção, defeito ou desarmonia em seu corpo, nem dele com a criação. Tudo se relacionava harmonicamente. E, ele era santo, isto é, não havia pecado nele, nem inclinação para pecar. A sua vontade era cumprir a boa vontade de Deus, e o seu prazer era glorificar ao Senhor. Antes de comer do fruto proibido o nosso primeiro pai obedecia, perfeitamente, tudo o que Deus havia ordenado.
Adão foi criado à imagem de Deus. A imagem de Deus é espiritual, essencial e funcional. Os três elementos espirituais desta imagem no homem era o conhecimento perfeito de Deus, a justiça e a santidade. Em outras palavras, Adão conhecia perfeita e suficientemente à Deus, tudo o que ele era e fazia refletia justiça e mérito diante de Deus, e a sua vida e ações se revelavam em pureza moral. O nosso primeiro pai era capacitado pelo que ele era, e pelo o que nele estava, de cumprir perfeitamente o Pacto das Obras. Todavia, quando Adão pecou, ele perdeu o elemento espiritual da imagem de Deus. O Pacto de Obras foi quebrado, a comunhão espiritual rompida, a maldição de morte sentenciada e a inimizade declarada. Ele se tornou morto espiritualmente por perder o elemento espiritual da imagem de Deus, e isso corrompeu os elementos essencial e funcional desta imagem.
A imagem essencial é o que faz dele humano. A capacidade intelectual, emocional e vontade, bem como a sua autoconsciência, as suas relações afetivas e o exercício da vontade constituem o ser humano em sua identidade. Estas capacidades nos colocam acima de toda a criação, e nos capacitam a usufruir de tudo o que Deus criou para o nosso bem, e para motivar-nos a glorifica-lo. Mas por causa da perda do elemento espiritual, a personalidade foi totalmente afetada no coração. Isso significa que os nossos pensamentos, emoções e vontades estão prejudicados em seu nascedouro. A distorção pecaminosa do que é o ser humano, nos tornou menos humanos. A incapacidade de conhecer a Deus corretamente, a amargura, depressão, o orgulho e toda disfunção em nós, bem como a indisposição de amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos, resulta dos efeitos do pecado sobre a nossa humanidade original em Adão.
O pecado também perverteu a imagem funcional. Adão era capaz de cumprir os mandatos do Pacto das Obras. Deus lhe ordenou que cultivasse e dominasse sobre a criação, e multiplicasse enchendo a terra com a sua descendência. O que ele é está afetado pelo pecado, e o que ele faz revela o poder desse pecado nele. Embora o mandato cultural é parcialmente cumprido, ele perde a sua correta motivação de amar a Deus, e desfaz a virtude e o seu objetivo perfeito de glorificar a Deus. Toda a cultura sem a graça está sob os efeitos do pecado. Do mesmo modo o mandato social também é prejudicado pela queda, pois as relações sociais, desde a constituição da família ao surgimento dos grandes impérios, perverteram-se em poligamia, adultérios, infanticídio, genocídio, racismo, guerras, e diversas manifestações de amargura. E, por fim, o mandato espiritual, também recebeu a nódoa do pecado. Por isso, Paulo disse que “tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis” (Rm 1.22-23). O ser humano desaprendeu como adorar a Deus e, ao mesmo tempo, rejeita o modelo de adoração determinado por Deus. Agora, sob queda, o homem se tornou num contínuo quebrador do pacto.
Deus não criou o homem mau, mas o pecado o tornou um violentador do Pacto das Obras. A descendência de Adão continua pecando à semelhança dele, e sendo incapaz de amar e glorificar a Deus, como o Senhor exige que o homem o faça perfeitamente.
30 março 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 5
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 5 - Você consegue obedecer, perfeitamente, esta lei?
R. Não, não posso(1), porque por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo(2).
(1) Rm 3.10,20,23; 1Jo 1.8,10 (2) Gn 6.5; Gn 8.21; Jr 17.9; Rm 7.23; Rm 8.7; Ef 2.3; Tt 3.3.
Somos incapazes de obedecer perfeitamente a lei de Deus por causa do pecado original. A doutrina do pecado original indica duas situações para a origem do pecado: primeiro a origem histórica e, segundo, a fonte existencial do mal moral. Paulo declara que “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). Aqui o apóstolo declara a origem histórica e individual do pecado de todos os homens.
Vejamos primeiro o aspecto histórico do pecado original. Adão deixou aos seus descendentes o pecado como herança. Ele era o representante da raça humana no pacto que Deus firmou com ele no jardim do Éden. Ao desobedecer a lei de Deus, ele escolheu morrer, e trouxe sobre si a merecida condenação de Deus. Ele recebeu a maldição do pecado, e todos nós caímos com ele e, por isso, nascemos prostrados debaixo do fardo do pecado.
Entendamos o pecado original como experiência individual. Todas as pessoas são membros da raça humana que descende de Adão. A cada nascimento o pecado polui o indivíduo. Existir é um privilégio, mas atrelado a isto segue a herança do mal moral em cada um de nós. Recebemos a transmissão do pecado ao sermos concebidos no ventre da nossa mãe (Sl 51.5).
Não nascemos moralmente neutros, nem aprendemos a pecar só quando crescemos. Pelo contrário, o pecado é transmitido na concepção, e nos tornamos pecadores desde o primeiro momento de nossa existência. Conforme crescemos e amadurecemos, apenas refinamos os nossos pecados. Quando crianças pecamos de forma grosseira, mas conforme crescemos, aprendemos a dissimular, e nossos pecados tornam-se mais sofisticados. Aprendemos a esconder os reais motivos, cuidamos de limpar a sujeira pública do pecado e escondemos o quanto possível o dano do pecado, a fim de cobrirmos a nossa vergonha com folhas de figueiras e nos escondermos do juízo de Deus (Gn 3.7-8).
O pecado original em nosso coração é o nascedouro de todos os impulsos pecaminosos. Os nossos pensamentos, vontades e emoções fluem poluídos, porque a fonte de onde eles surgem está totalmente contaminada pelo mal moral. O Senhor Jesus disse que “as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem ‘impuro’. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.18-19). O meio em que convivemos incentivam o pecado, por isso, os maus exemplos, a má educação, o ambiente hostil e imoral, a cultura lasciva, etc, somente são terreno fértil para que o nosso pecado seja estimulado. Todavia, a Escritura Sagrada informa e nossa experiência confirma que o pecado flui do nosso coração. E, com o nosso pecado, recebe-se toda a maldição herdada do nosso primeiro pai, mas a sentença de morte, a cada um, é dada por causa de seus próprios pecados.
R. Não, não posso(1), porque por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo(2).
(1) Rm 3.10,20,23; 1Jo 1.8,10 (2) Gn 6.5; Gn 8.21; Jr 17.9; Rm 7.23; Rm 8.7; Ef 2.3; Tt 3.3.
Somos incapazes de obedecer perfeitamente a lei de Deus por causa do pecado original. A doutrina do pecado original indica duas situações para a origem do pecado: primeiro a origem histórica e, segundo, a fonte existencial do mal moral. Paulo declara que “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). Aqui o apóstolo declara a origem histórica e individual do pecado de todos os homens.
Vejamos primeiro o aspecto histórico do pecado original. Adão deixou aos seus descendentes o pecado como herança. Ele era o representante da raça humana no pacto que Deus firmou com ele no jardim do Éden. Ao desobedecer a lei de Deus, ele escolheu morrer, e trouxe sobre si a merecida condenação de Deus. Ele recebeu a maldição do pecado, e todos nós caímos com ele e, por isso, nascemos prostrados debaixo do fardo do pecado.
Entendamos o pecado original como experiência individual. Todas as pessoas são membros da raça humana que descende de Adão. A cada nascimento o pecado polui o indivíduo. Existir é um privilégio, mas atrelado a isto segue a herança do mal moral em cada um de nós. Recebemos a transmissão do pecado ao sermos concebidos no ventre da nossa mãe (Sl 51.5).
Não nascemos moralmente neutros, nem aprendemos a pecar só quando crescemos. Pelo contrário, o pecado é transmitido na concepção, e nos tornamos pecadores desde o primeiro momento de nossa existência. Conforme crescemos e amadurecemos, apenas refinamos os nossos pecados. Quando crianças pecamos de forma grosseira, mas conforme crescemos, aprendemos a dissimular, e nossos pecados tornam-se mais sofisticados. Aprendemos a esconder os reais motivos, cuidamos de limpar a sujeira pública do pecado e escondemos o quanto possível o dano do pecado, a fim de cobrirmos a nossa vergonha com folhas de figueiras e nos escondermos do juízo de Deus (Gn 3.7-8).
O pecado original em nosso coração é o nascedouro de todos os impulsos pecaminosos. Os nossos pensamentos, vontades e emoções fluem poluídos, porque a fonte de onde eles surgem está totalmente contaminada pelo mal moral. O Senhor Jesus disse que “as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem ‘impuro’. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.18-19). O meio em que convivemos incentivam o pecado, por isso, os maus exemplos, a má educação, o ambiente hostil e imoral, a cultura lasciva, etc, somente são terreno fértil para que o nosso pecado seja estimulado. Todavia, a Escritura Sagrada informa e nossa experiência confirma que o pecado flui do nosso coração. E, com o nosso pecado, recebe-se toda a maldição herdada do nosso primeiro pai, mas a sentença de morte, a cada um, é dada por causa de seus próprios pecados.
21 março 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 4
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 4. O que a lei de Deus exige de nós?
R. Isto Cristo nos ensina num resumo, em Mt 22.37-40: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Lv 19:18; Dt 6:5; Mc 12:30,31; Lc 10:27).
Toda lei moral se resume nos Dez Mandamentos. O catecismo indica o ensino de Cristo quando questionado por um fariseu sobre qual seria o maior mandamento da lei. O Senhor Jesus ainda concluiu que “destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22.40). O decálogo se divide em 2 partes: o amor à Deus [do 1º ao 4º mandamento] e o amor ao próximo [do 5º ao 10º mandamento]. Amar, segundo Deus ordena, é o que valida tudo o que fazemos. Sabemos que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17). Assim, toda a Escritura nos esclarece quais atitudes Deus requer para agradá-lo e, também, termos harmonia no convívio com outras pessoas.
Paulo declara a Timóteo que “sabemos que a lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada” (1Tm 1.8). Sim, a lei é boa mesmo quando acusa a minha desobediência. Paulo disse que “De fato a lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom”, e que, apesar de “não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa” (Rm 7.12, 15-16). O problema não está na lei, está em mim, porque a lei é perfeita e eu sou pecador. Deus exige ser amado, e ordena que amemos uns aos outros, todavia, o meu impulso pecaminoso aguça em mim rebeldia contra Deus e inimizade contra o próximo. Temos diante de nós o dever, mas a nossa inclinação pecaminosa nos faz falhar. Sinceramente eu desejo amar a Deus acima de tudo e todos, e ao próximo como a mim mesmo, mas infelizmente, não é isso que consigo cumprir.
O amor é cumprimento da lei. Paulo instrui que “não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a lei. Pois estes mandamentos: ‘não adulterarás’, ‘não matarás’, ‘não furtarás’, ‘não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: ‘ame o seu próximo como a si mesmo’. O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei” (Rm 13:8-10).
É impossível obedecermos perfeitamente a lei de Deus. Tiago declara que “quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente” (Tg 2.10). Ninguém consegue obedecer a lei nem mesmo em seu significado básico, muito menos em seu significado pleno. Transgredimos a lei de Deus pecando por intenção, omitindo o nosso dever, distorcendo o propósito de nossa vida e funções, poluindo e corrompendo nossos relacionamentos, pervertendo as virtudes e desobedecendo individual ou coletivamente a vontade de Deus. A conclusão que temos é de que “ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado” (Rm 3.20). A boa notícia [evangelho] é que Deus exige arrependimento, confiança em sua promessa de perdão e retomarmos o propósito de amá-lo e ao próximo como nós mesmos.
R. Isto Cristo nos ensina num resumo, em Mt 22.37-40: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Lv 19:18; Dt 6:5; Mc 12:30,31; Lc 10:27).
Toda lei moral se resume nos Dez Mandamentos. O catecismo indica o ensino de Cristo quando questionado por um fariseu sobre qual seria o maior mandamento da lei. O Senhor Jesus ainda concluiu que “destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22.40). O decálogo se divide em 2 partes: o amor à Deus [do 1º ao 4º mandamento] e o amor ao próximo [do 5º ao 10º mandamento]. Amar, segundo Deus ordena, é o que valida tudo o que fazemos. Sabemos que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17). Assim, toda a Escritura nos esclarece quais atitudes Deus requer para agradá-lo e, também, termos harmonia no convívio com outras pessoas.
Paulo declara a Timóteo que “sabemos que a lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada” (1Tm 1.8). Sim, a lei é boa mesmo quando acusa a minha desobediência. Paulo disse que “De fato a lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom”, e que, apesar de “não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa” (Rm 7.12, 15-16). O problema não está na lei, está em mim, porque a lei é perfeita e eu sou pecador. Deus exige ser amado, e ordena que amemos uns aos outros, todavia, o meu impulso pecaminoso aguça em mim rebeldia contra Deus e inimizade contra o próximo. Temos diante de nós o dever, mas a nossa inclinação pecaminosa nos faz falhar. Sinceramente eu desejo amar a Deus acima de tudo e todos, e ao próximo como a mim mesmo, mas infelizmente, não é isso que consigo cumprir.
O amor é cumprimento da lei. Paulo instrui que “não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a lei. Pois estes mandamentos: ‘não adulterarás’, ‘não matarás’, ‘não furtarás’, ‘não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: ‘ame o seu próximo como a si mesmo’. O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei” (Rm 13:8-10).
É impossível obedecermos perfeitamente a lei de Deus. Tiago declara que “quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente” (Tg 2.10). Ninguém consegue obedecer a lei nem mesmo em seu significado básico, muito menos em seu significado pleno. Transgredimos a lei de Deus pecando por intenção, omitindo o nosso dever, distorcendo o propósito de nossa vida e funções, poluindo e corrompendo nossos relacionamentos, pervertendo as virtudes e desobedecendo individual ou coletivamente a vontade de Deus. A conclusão que temos é de que “ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado” (Rm 3.20). A boa notícia [evangelho] é que Deus exige arrependimento, confiança em sua promessa de perdão e retomarmos o propósito de amá-lo e ao próximo como nós mesmos.
14 março 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 3
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 3. Como você conhece sua miséria?
R. Pela lei de Deus. (Rm 3:20)
A lei divina é parte da Palavra de Deus. A Escritura Sagrada se divide literariamente em Antigo e Novo Testamento; embora, também, possa ser estruturada historicamente em antigo e novo pacto; mas, em sua natureza revelada Palavra de Deus ela é lei e evangelho. Por isso, desde Gênesis até Apocalipse, toda a Bíblia contém intrinsicamente, tanto lei como evangelho. É errôneo pensar que o AT é somente lei, enquanto o NT é somente evangelho, pois vemos em ambos os testamentos, tanto a lei como a presença do evangelho, e ambos os elementos formam a Palavra de Deus.
A lei de Deus é didaticamente classificada em civil, cerimonial e moral. O uso “civil” da lei existiu para orientar Israel, como antigo povo da aliança, e cessou quando eles deixaram de ser uma nação autônoma. O uso “cerimonial” da lei teve a finalidade de apontar para Cristo (Rm 10.4). Assim, Cristo obedeceu, perfeitamente, todas as exigências da lei, inclusive o seu cerimonialismo, e a satisfez completamente. Ele foi “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) e Deus revela com a sua morte a gravidade dos nossos pecados, bem como o poder da sua expiação para nos perdoar de toda a iniquidade e impureza. Mas a lei tem o uso e é essencialmente moral. O seu sumário está nos Dez Mandamentos e têm uso perpétuo para todos os homens, e em especial, para a ética cristã. Eles revelam o modo perfeito como Deus requer que os seus filhos vivam diante dele.
A lei de Deus revela três verdades básicas: 1. Quem Ele é; 2. O perfeito relacionamento de obediência que Ele requer de nós; 3. A nossa incapacidade de produzir virtude e justiça. A absoluta perfeição de Deus contrasta com a nossa horrenda pecaminosidade e absoluta incapacidade de vivermos a santidade, pois, até em nossas virtudes, boas obras e justiça somos essencialmente poluídos pelo pecado. Sem a lei de Deus não temos um princípio norteador para o que é certo ou errado. A ausência da lei resulta em relativismo moral. Mas ainda que conheçamos a lei, carecemos que Deus nos ilumine, converta, convença e capacite a obedecê-la com a motivação amorosa, de acordo com o seu significado revelado, e com o objetivo de glorifica-lo.
A lei de Deus é parte do Pacto das Obras. Este pacto foi firmado com os nossos primeiros pais, Adão e Eva, antes da queda no pecado. Eles deveriam obedecer a vontade de Deus em sua ordenança de cultivar, dominar e povoar a terra, mas também de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles eram equipados com capacidades morais para cumprir perfeitamente. Entretanto, ao desobedecer, trouxeram a maldição e a transmissão do pecado para toda a sua descendência. A mesma lei que daria mérito para que pudessem comer, posteriormente, da árvore da vida, agora traz a merecida condenação da desobediência e rebeldia.
A condenação é declarada com base na desobediência da lei de Deus. Sabemos que “o pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3.4) e que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Essa conduta rebelde em relação à lei de Deus é resultado da presença do poder do pecado em nós. As ordenanças de Deus revelam o quanto, por natureza, somos ímpios, porque rejeitamos a santidade em nosso coração. A santificação testifica que somos filhos de Deus. Esta é a postura dos herdeiros da aliança em confiar e obedecer a Palavra de Deus. A lei revela a nossa a nossa miséria, denuncia a gravidade da nossa ofensa e sentencia a condenação. Mas ela está de mãos dadas com o evangelho quando aponta para Cristo como o nosso substituto pactual, o Cordeiro que morreu em nosso lugar, e satisfez a lei, Ele sofreu a nossa miséria, a fim de, graciosamente nos dar a comunhão da vida eterna.
R. Pela lei de Deus. (Rm 3:20)
A lei divina é parte da Palavra de Deus. A Escritura Sagrada se divide literariamente em Antigo e Novo Testamento; embora, também, possa ser estruturada historicamente em antigo e novo pacto; mas, em sua natureza revelada Palavra de Deus ela é lei e evangelho. Por isso, desde Gênesis até Apocalipse, toda a Bíblia contém intrinsicamente, tanto lei como evangelho. É errôneo pensar que o AT é somente lei, enquanto o NT é somente evangelho, pois vemos em ambos os testamentos, tanto a lei como a presença do evangelho, e ambos os elementos formam a Palavra de Deus.
A lei de Deus é didaticamente classificada em civil, cerimonial e moral. O uso “civil” da lei existiu para orientar Israel, como antigo povo da aliança, e cessou quando eles deixaram de ser uma nação autônoma. O uso “cerimonial” da lei teve a finalidade de apontar para Cristo (Rm 10.4). Assim, Cristo obedeceu, perfeitamente, todas as exigências da lei, inclusive o seu cerimonialismo, e a satisfez completamente. Ele foi “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) e Deus revela com a sua morte a gravidade dos nossos pecados, bem como o poder da sua expiação para nos perdoar de toda a iniquidade e impureza. Mas a lei tem o uso e é essencialmente moral. O seu sumário está nos Dez Mandamentos e têm uso perpétuo para todos os homens, e em especial, para a ética cristã. Eles revelam o modo perfeito como Deus requer que os seus filhos vivam diante dele.
A lei de Deus revela três verdades básicas: 1. Quem Ele é; 2. O perfeito relacionamento de obediência que Ele requer de nós; 3. A nossa incapacidade de produzir virtude e justiça. A absoluta perfeição de Deus contrasta com a nossa horrenda pecaminosidade e absoluta incapacidade de vivermos a santidade, pois, até em nossas virtudes, boas obras e justiça somos essencialmente poluídos pelo pecado. Sem a lei de Deus não temos um princípio norteador para o que é certo ou errado. A ausência da lei resulta em relativismo moral. Mas ainda que conheçamos a lei, carecemos que Deus nos ilumine, converta, convença e capacite a obedecê-la com a motivação amorosa, de acordo com o seu significado revelado, e com o objetivo de glorifica-lo.
A lei de Deus é parte do Pacto das Obras. Este pacto foi firmado com os nossos primeiros pais, Adão e Eva, antes da queda no pecado. Eles deveriam obedecer a vontade de Deus em sua ordenança de cultivar, dominar e povoar a terra, mas também de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles eram equipados com capacidades morais para cumprir perfeitamente. Entretanto, ao desobedecer, trouxeram a maldição e a transmissão do pecado para toda a sua descendência. A mesma lei que daria mérito para que pudessem comer, posteriormente, da árvore da vida, agora traz a merecida condenação da desobediência e rebeldia.
A condenação é declarada com base na desobediência da lei de Deus. Sabemos que “o pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3.4) e que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Essa conduta rebelde em relação à lei de Deus é resultado da presença do poder do pecado em nós. As ordenanças de Deus revelam o quanto, por natureza, somos ímpios, porque rejeitamos a santidade em nosso coração. A santificação testifica que somos filhos de Deus. Esta é a postura dos herdeiros da aliança em confiar e obedecer a Palavra de Deus. A lei revela a nossa a nossa miséria, denuncia a gravidade da nossa ofensa e sentencia a condenação. Mas ela está de mãos dadas com o evangelho quando aponta para Cristo como o nosso substituto pactual, o Cordeiro que morreu em nosso lugar, e satisfez a lei, Ele sofreu a nossa miséria, a fim de, graciosamente nos dar a comunhão da vida eterna.
06 março 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 2
Catecismo de Heidelberg - Pergunta 2. O que você deve saber para viver e morrer neste fundamento?
R. Primeiro: como são grandes meus pecados e minha miséria.(1) Segundo: como sou salvo de meus pecados e de minha miséria.(2) Terceiro: como devo ser grato a Deus por tal salvação.(3) [(1) Mt 9.12; Jo 9.41; Rm 3.10; 1Jo 1.9-10. (2) Lc 24.46-47; Jo 17.3; At 4.12; At 10.43; 1Co 6.11; Tt 3.3-7. (3) Sl 50.14,15; Sl 116.12,13; Mt 5.16; Rm 6.12,13; Ef 5.10; 2Tm 2.15; 1Pe 2.9,12. Veja também Mt 11.28-30; Ef 5.8].
O que devo saber para viver e morrer para glória de Deus? A sabedoria do Catecismo de Heidelberg resume em três principais verdades: pecado, salvação e gratidão. Qual é a sua motivação de estudo e trabalho? Jesus adverte que “cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lc 12.15). As pessoas dedicam parte da vida estudando para profissionalizar, porque, infelizmente, veem o saber apenas como um meio de ganhar dinheiro. O conhecimento deve ter um propósito excelente. O que torna alguém melhor não é o que ele tem, mas o que ele é e como se relaciona com Deus e as pessoas.
Como são grandes meus pecados e minha miséria? Todas as minhas capacidades intelectuais, volitivas e emocionais estão moralmente corrompidas pelo pecado. Sou incapaz de amar a Deus como Ele merece e incompetente para obedecê-lo perfeitamente como Ele exige. Nasci espiritualmente morto, moralmente falido e, por natureza, filho da ira. Posso acusar outros pelos meus erros, mas a minha desobediência não pode ser negada, nem cancelada a minha culpa transferindo-a para outras pessoas. O meu pecado produz alienação, insensatez, inimizade, culpa, vergonha, condenação e morte.
Como sou salvo dos meus pecados e da minha miséria? As minhas “boas” obras não merecem salvação, porque sou incapaz de produzir perfeita virtude. As minhas virtudes estão contaminadas pela poluição do pecado e, por isso, não consigo obedecer a lei de Deus. Ao transgredir a lei não consigo sequer me arrepender como Deus ordena. A religião, a tradição, a cultura, a tecnologia e a educação não pode me dar salvação. Jesus é o único caminho, a verdade e a vida, ninguém pode ir ao Pai, senão por Ele (Jo 14.6). Somente Cristo mereceu a aceitação do Pai, pela sua perfeita obediência, porque só o Filho de Deus produziu suficiente justiça. Ele recebeu sobre si a minha condenação para me dar o perdão dos meus pecados e a vida eterna. Sou salvo pela graça, por meio da fé, em Cristo Jesus.
Como devo ser grato a Deus por tal salvação? Toda a minha vida deve glorificar a Deus, todavia, sou incapaz de louvá-lo como Ele merece. Cristo está no céu e intercede por mim, fazendo a minha obediência, adoração e serviço aceitáveis pela sua justificação diante do Pai. Eu obedeço porque fui graciosamente adotado, e não para merecer me tornar um filho de Deus. O verdadeiro amor de um filho é evidenciado pela sincera obediência (Jo 14.15). Deus ordena que o adore, mas isso só é possível, por meio do conhecimento revelado no Filho e da santificação que o Espírito Santo produz em mim. O fim principal da minha vida é glorificar e satisfazer-me na vontade de Deus.
R. Primeiro: como são grandes meus pecados e minha miséria.(1) Segundo: como sou salvo de meus pecados e de minha miséria.(2) Terceiro: como devo ser grato a Deus por tal salvação.(3) [(1) Mt 9.12; Jo 9.41; Rm 3.10; 1Jo 1.9-10. (2) Lc 24.46-47; Jo 17.3; At 4.12; At 10.43; 1Co 6.11; Tt 3.3-7. (3) Sl 50.14,15; Sl 116.12,13; Mt 5.16; Rm 6.12,13; Ef 5.10; 2Tm 2.15; 1Pe 2.9,12. Veja também Mt 11.28-30; Ef 5.8].
O que devo saber para viver e morrer para glória de Deus? A sabedoria do Catecismo de Heidelberg resume em três principais verdades: pecado, salvação e gratidão. Qual é a sua motivação de estudo e trabalho? Jesus adverte que “cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lc 12.15). As pessoas dedicam parte da vida estudando para profissionalizar, porque, infelizmente, veem o saber apenas como um meio de ganhar dinheiro. O conhecimento deve ter um propósito excelente. O que torna alguém melhor não é o que ele tem, mas o que ele é e como se relaciona com Deus e as pessoas.
Como são grandes meus pecados e minha miséria? Todas as minhas capacidades intelectuais, volitivas e emocionais estão moralmente corrompidas pelo pecado. Sou incapaz de amar a Deus como Ele merece e incompetente para obedecê-lo perfeitamente como Ele exige. Nasci espiritualmente morto, moralmente falido e, por natureza, filho da ira. Posso acusar outros pelos meus erros, mas a minha desobediência não pode ser negada, nem cancelada a minha culpa transferindo-a para outras pessoas. O meu pecado produz alienação, insensatez, inimizade, culpa, vergonha, condenação e morte.
Como sou salvo dos meus pecados e da minha miséria? As minhas “boas” obras não merecem salvação, porque sou incapaz de produzir perfeita virtude. As minhas virtudes estão contaminadas pela poluição do pecado e, por isso, não consigo obedecer a lei de Deus. Ao transgredir a lei não consigo sequer me arrepender como Deus ordena. A religião, a tradição, a cultura, a tecnologia e a educação não pode me dar salvação. Jesus é o único caminho, a verdade e a vida, ninguém pode ir ao Pai, senão por Ele (Jo 14.6). Somente Cristo mereceu a aceitação do Pai, pela sua perfeita obediência, porque só o Filho de Deus produziu suficiente justiça. Ele recebeu sobre si a minha condenação para me dar o perdão dos meus pecados e a vida eterna. Sou salvo pela graça, por meio da fé, em Cristo Jesus.
Como devo ser grato a Deus por tal salvação? Toda a minha vida deve glorificar a Deus, todavia, sou incapaz de louvá-lo como Ele merece. Cristo está no céu e intercede por mim, fazendo a minha obediência, adoração e serviço aceitáveis pela sua justificação diante do Pai. Eu obedeço porque fui graciosamente adotado, e não para merecer me tornar um filho de Deus. O verdadeiro amor de um filho é evidenciado pela sincera obediência (Jo 14.15). Deus ordena que o adore, mas isso só é possível, por meio do conhecimento revelado no Filho e da santificação que o Espírito Santo produz em mim. O fim principal da minha vida é glorificar e satisfazer-me na vontade de Deus.
27 fevereiro 2019
Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 1
Catecismo de Heidelberg – Pergunta 1. Qual é o seu único consolo na vida e na morte? Resposta: O meu único consolo é meu fiel Salvador Jesus Cristo (1). A Ele pertenço, em corpo e alma, na vida e na morte (2) , e não pertenço a mim mesmo (3). Com seu precioso sangue Ele pagou (4) por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio do diabo (5). Agora Ele me protege de tal maneira (6) que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo (7). Além disto, tudo coopera para o meu bem (8). Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me garante a vida eterna (9) e me torna disposto a viver para Ele, daqui em diante, de todo o coração (10). [(1) 1Co 3.23; Tt 2.14. (2) Rm 14.8; 1Ts 5.9,10. (3) 1Co 6.19,20. (4) 1Pe 1.18,19; 1Jo 1.7; 1Jo 2.2,12. (5) Jo 8.34-36; Hb 2.14,15; 1Jo 3.8. (6) Jo 6.39; Jo 10.27-30; 2Ts 3.3; 1Pe 1.5. (7) Mt 10.29,30; Lc 21.18. (8) Rm 8.28. (9) Rm 8.16; 2Co 1.22; 2Co 5.5; Ef 1.13,14. (10) Rm 8.14; 1Jo 3.3].
Quão incomparável consolo é saber que sou amado por Aquele que domina tudo o que existe! Eu sei que não sofrerei nenhum dano se Ele não quiser. Deus prometeu que não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo. Creio que sou plenamente perdoado. Os demônios não me dominam, nem podem me destruir, ou fazer-me perder a salvação. Até pequenos detalhes insignificantes, como fios de meus cabelos, estão sob o cuidado de Deus. O SENHOR Deus converge cada evento para cumprir o seu propósito, a fim de que tudo coopere para o meu bem.
O nosso Redentor, em toda a sua humilhação, cumpriu a Lei de Deus. Ele ativamente obedeceu toda a exigência, bem como passivamente sofreu todo o seu castigo da Lei Moral. Cristo mereceu a meu favor toda a aceitação, perdão e bênçãos celestiais do amor do Pai. E, também, Ele recebeu em meu lugar a condenação da ira de Deus, substituindo-me sobre a cruz. Somente Ele pode me salvar, pois apenas o Filho de Deus mereceu para mim a vida eterna. O Pai deu-me para Cristo por causa de sua perfeita obediência, por isso, eu pertenço tanto corpo como alma à Cristo. Ele me mereceu, mas nunca o amarei o quanto Ele merece.
Jesus é suficiente em tudo para a minha vida. Ele é a alegria dos homens, o desejado das nações, Aquele em quem tudo subsiste; e dele, por meio dele e para Ele são todas as coisas. Nele encontro a paz, a alegria e o consolo que careço pois, Ele me consola, liberta, protege e garante a vida eterna. Todas as minhas necessidades são satisfeitas em Cristo, por isso, Ele é o amado de minha alma.
O Espírito Santo me consola aplicando a redenção de Cristo. Além disso, Ele garante a vida eterna promovendo as virtudes do Redentor em mim, dispondo-me a querer e a realizar com santidade a sua vontade. A graça irresistível do Espírito não me força a obedecer, porque a sua ação é no coração. Ele transforma a fonte de todos os desejos, emoções e pensamentos. A vida que Ele implanta na regeneração me faz amar, entender, desejar e viver para Deus voluntariamente de todo coração.
Quão incomparável consolo é saber que sou amado por Aquele que domina tudo o que existe! Eu sei que não sofrerei nenhum dano se Ele não quiser. Deus prometeu que não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo. Creio que sou plenamente perdoado. Os demônios não me dominam, nem podem me destruir, ou fazer-me perder a salvação. Até pequenos detalhes insignificantes, como fios de meus cabelos, estão sob o cuidado de Deus. O SENHOR Deus converge cada evento para cumprir o seu propósito, a fim de que tudo coopere para o meu bem.
O nosso Redentor, em toda a sua humilhação, cumpriu a Lei de Deus. Ele ativamente obedeceu toda a exigência, bem como passivamente sofreu todo o seu castigo da Lei Moral. Cristo mereceu a meu favor toda a aceitação, perdão e bênçãos celestiais do amor do Pai. E, também, Ele recebeu em meu lugar a condenação da ira de Deus, substituindo-me sobre a cruz. Somente Ele pode me salvar, pois apenas o Filho de Deus mereceu para mim a vida eterna. O Pai deu-me para Cristo por causa de sua perfeita obediência, por isso, eu pertenço tanto corpo como alma à Cristo. Ele me mereceu, mas nunca o amarei o quanto Ele merece.
Jesus é suficiente em tudo para a minha vida. Ele é a alegria dos homens, o desejado das nações, Aquele em quem tudo subsiste; e dele, por meio dele e para Ele são todas as coisas. Nele encontro a paz, a alegria e o consolo que careço pois, Ele me consola, liberta, protege e garante a vida eterna. Todas as minhas necessidades são satisfeitas em Cristo, por isso, Ele é o amado de minha alma.
O Espírito Santo me consola aplicando a redenção de Cristo. Além disso, Ele garante a vida eterna promovendo as virtudes do Redentor em mim, dispondo-me a querer e a realizar com santidade a sua vontade. A graça irresistível do Espírito não me força a obedecer, porque a sua ação é no coração. Ele transforma a fonte de todos os desejos, emoções e pensamentos. A vida que Ele implanta na regeneração me faz amar, entender, desejar e viver para Deus voluntariamente de todo coração.
09 fevereiro 2019
O Aborto Litúrgico
Hendrika Vasconcelos
Na Islândia, praticamente não existem crianças com Síndrome de Down. Não é porque conseguiram reverter os efeitos da mutação genética, mas simplesmente porque mataram os bebês que a possuía.
Existem várias igrejas que conseguiram erradicar o barulho das crianças do culto. E geralmente, não é porque conseguiram "domar" ou educar os pequenos desde o berço, mas simplesmente porque preferiram eliminar as crianças do culto, isolando-as em salas especiais ou afugentando as mães da igreja.
Mas...
Lugar de bebê pequeno choroso é no culto, SIM.
Lugar de criança hiperativa é no culto, SIM.
Lugar de criança birrenta é no culto, SIM.
Lugar de criança tagarela é no culto, SIM.
Lugar de criança desobediente é no culto, SIM.
Sabe por que?
Porque elas precisam da Igreja. Elas precisam da comunhão. Elas precisam da palavra. Elas precisam da graça e do amor dos outros membros.
A única diferença entre o adulto desaprova de criança no culto e a criança birrenta ao seu lado é que o adulto já aprendeu a esconder os pecados, enquanto a criança as escancara sem medo.
O culto não é um serviço pelo qual pagamos com nossos dízimos e esperamos receber o produto impecável com o direito de não sermos atrapalhados pelos outros. O culto não se resume apenas à pregação da Palavra. Caso fosse isso, você poderia bem "cultuar" em casa sozinho assistindo pela internet. Mas Deus usa a Igreja e as situações desconfortáveis para trabalhar no nosso coração também.
A adoração em comunhão nos ensina a adorar e cultuar como CORPO e não como indivíduos. Isso significa que adoramos a Deus como CORPO, cantando desafinados e afinados juntos. Isso significa que adoramos a Deus como CORPO, lendo a Palavra e ensinando os pequenos a amarem a ler também. Isso significa que oramos a Deus como CORPO, sabendo que o Espírito intervém nas orações tanto dos mais cultos e dos mais humildes.
Somos CORPO e as crianças fazem parte dessa aliança também. Você não tem mais direito de estar no culto do que elas. Se você ama a Cristo, você ama seu Corpo. E você tem o dever de incentivar as crianças a amarem estar lá.
Amemos as crianças, seus papais e suas mamães no culto. Não façamos aborto litúrgico.
Na Islândia, praticamente não existem crianças com Síndrome de Down. Não é porque conseguiram reverter os efeitos da mutação genética, mas simplesmente porque mataram os bebês que a possuía.
Existem várias igrejas que conseguiram erradicar o barulho das crianças do culto. E geralmente, não é porque conseguiram "domar" ou educar os pequenos desde o berço, mas simplesmente porque preferiram eliminar as crianças do culto, isolando-as em salas especiais ou afugentando as mães da igreja.
Mas...
Lugar de bebê pequeno choroso é no culto, SIM.
Lugar de criança hiperativa é no culto, SIM.
Lugar de criança birrenta é no culto, SIM.
Lugar de criança tagarela é no culto, SIM.
Lugar de criança desobediente é no culto, SIM.
Sabe por que?
Porque elas precisam da Igreja. Elas precisam da comunhão. Elas precisam da palavra. Elas precisam da graça e do amor dos outros membros.
A única diferença entre o adulto desaprova de criança no culto e a criança birrenta ao seu lado é que o adulto já aprendeu a esconder os pecados, enquanto a criança as escancara sem medo.
O culto não é um serviço pelo qual pagamos com nossos dízimos e esperamos receber o produto impecável com o direito de não sermos atrapalhados pelos outros. O culto não se resume apenas à pregação da Palavra. Caso fosse isso, você poderia bem "cultuar" em casa sozinho assistindo pela internet. Mas Deus usa a Igreja e as situações desconfortáveis para trabalhar no nosso coração também.
A adoração em comunhão nos ensina a adorar e cultuar como CORPO e não como indivíduos. Isso significa que adoramos a Deus como CORPO, cantando desafinados e afinados juntos. Isso significa que adoramos a Deus como CORPO, lendo a Palavra e ensinando os pequenos a amarem a ler também. Isso significa que oramos a Deus como CORPO, sabendo que o Espírito intervém nas orações tanto dos mais cultos e dos mais humildes.
Somos CORPO e as crianças fazem parte dessa aliança também. Você não tem mais direito de estar no culto do que elas. Se você ama a Cristo, você ama seu Corpo. E você tem o dever de incentivar as crianças a amarem estar lá.
Amemos as crianças, seus papais e suas mamães no culto. Não façamos aborto litúrgico.
03 janeiro 2019
A suficiência da graça de Cristo
“A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” (2Co 12.9)
É difícil suportar a dor quando não entendemos o seu motivo ou propósito. O sofrimento é uma experiência que precisa de explicação. Neste texto lemos que Paulo teve um espinho imposto em sua vida. Ele que entendia o contentamento, suportou diferentes tipos de sofrimento, como perseguições, rejeição, tortura física, perdas, humilhações, etc, se viu angustiado, e clamou três vezes para que Deus retirasse dele este espinho na carne. Neste texto bíblico aprendemos que:
Primeiro, a graça de Cristo é suficiente. Nada é maior do que o amor de Deus, e nada pode substituí-lo. Mesmo que realizássemos todos os desejos de nossa vida, ainda assim, não seríamos satisfeitos sem a benção de Deus. Salomão se entregou a tudo o que seu coração pediu, não colocou limites à sua cobiça e, apesar disso, a sua conclusão foi “tudo é vaidade e correr atrás do vento” (Ec 2.1-11). Quando não temos a graça de Deus nada satisfaz a alma. É por isso que o filho de Deus disse que Deus “pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim” (Ec 3.11). O vasto vazio que há na alma do ser humano só poderá ser preenchido com a graça de Cristo. Só ela é suficiente!
Segundo, “o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. A ideia não é que Deus está em aperfeiçoamento, pois ele é imutavelmente perfeito. Mas como podemos entender essa declaração? Aqui a perfeição indica suficiência. Por exemplo, quando o apóstolo declara acerca da perfeição da Escritura que torna o homem perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17), ele não está dizendo que o poder da Palavra de Deus nos capacita a não pecar mais, mas que este poder é suficiente para nos habilitar a cumprir a perfeita vontade de Deus. Então, “o poder se aperfeiçoa na fraqueza” significa que o poder de Cristo é suficiente para nos consolar em nossa fraqueza (Mt 11.28-30).
Terceiro, as nossas fraquezas nos colocam sob a dependência do poder de Deus. O Senhor mortifica o nosso orgulho usando o sofrimento. A dor é o método que Deus usa para nos convencer que “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Quanto mais nos satisfazemos em Deus, maiormente ele é glorificado! Ele é soberano para usar a dor para nos fazer depender nele, e descobrirmos que ele é o remédio das enfermidades que ele nos dá.
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