Exposição devocional do Catecismo de Heidelberg - Q/R 7

Catecismo de Heidelberg – Pergunta 7. De onde vem, então, esta natureza corrompida do homem?
R. Da queda e desobediência de nossos primeiros pais, Adão e Eva, no paraíso. Ali, nossa natureza tornou-se tão envenenada, que todos nós somos concebidos e nascidos em pecado (Gn 3; Rm 5:12,18,19; Sl 51:5; Jo 3:6).

O pecado de todos os homens possui duas fontes para a sua origem: primeiro a origem histórica e, segundo, a fonte existencial do mal moral. Paulo declara que “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). O apóstolo declara a origem histórica e individual do pecado de todos os homens. Adão foi o nosso mediador no Pacto das Obras. Deus o constituiu como representante de toda a raça humana. O nosso primeiro pai deveria obedecer perfeitamente a simples exigência de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Entretanto, ele comeu, e no paraíso ele recebeu a ira de Deus [Veja o Breve Catecismo de Westminster perguntas 16-19].

O pecado é transmitido na concepção (Sl 51.5). A indisposição contra Deus é transmitida à alma do ser humano como consequência da maldição atribuída a todos os descendentes de Adão. A natureza corrompida é o legado da desobediência cometida no Jardim do Éden. Não escolhemos essa herança, mas por sermos descendentes de Adão, somos recebedores dos seus méritos. O problema é que ele não produziu justiça nem virtude, mas transgrediu a lei; por isso, herdamos a condenação da morte.

A natureza humana tornou-se totalmente corrompida. O calvinismo ensina que “o homem por natureza em toda a sua existência, com todo o seu coração, mente, alma e força tornou-se escravo do pecado; ele é inteiramente incapaz de fazer alguma coisa boa e, está inclinado para o mal” [H. Hoeksema, Reformed Dogmatics, p. 358]. Paulo descreve de modo vívido esta poluição moral como sendo a condição espiritual de todos os homens (Rm 1.18-32 e 3.9-18). A força do pecado que age no coração do ser humano é altamente nocivo!

De quais pecados devemos nos arrepender? Robert L. Dabney escreveu que “o cristão, de fato, lastimará a culpa do primeiro pecado de Adão, mas não se arrependerá dele. Todavia, da corrupção da natureza, da concupiscência e dos desejos desordenados do nosso coração é nosso dever arrependermos, sentirmos vergonha deles, entristecermos e indispormos contra eles, assim como de toda transgressão atual; porque esta culpa é somente nossa, como também o nosso próprio pecado” [Systematic Theology, p. 654]. Não podemos anular os efeitos do pecado de Adão, nem nos arrependermos do pecado original. Quando a Bíblia ordena o arrependimento, a sua exigência se refere aos nossos pecados pessoais, não ao que Adão fez.

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